Álcool é o maior inimigo da segurança no período de festas

Tanto para o Corpo de Bombeiros quanto para o Serviço Móvel de Atendimento à Urgência (SAMU), o consumo de bebidas alcoólicas durante as festas de fim de ano é um dos principais responsáveis pelo aumento dos índices de violência. Conforme o major Luiz Antônio de Mello, comandante do 5º Grupamento do Corpo de Bombeiros, no período festividades (entre Natal e Ano Novo), aumentam os conflitos sociais. “Nesta época, é comum aumentar o número de suicídios, brigas, de ferimentos por armas brancas [facas], por disparos de arma de fogo, acidentes de trânsito. E a maioria destes problemas está diretamente ligada ao consumo de bebida alcoólica”, destacou.

O Corpo de Bombeiros também deverá reforçar o número de bombeiros neste fim de ano. O oficial explicou que não foi necessária a suspensão de férias ou alterações na escala de trabalho. O reforço será garantido pelos militares envolvidos no setor administrativo da corporação.

Para o Samu, também não haverá recesso. A coordenadora do serviço, Mireilly de Souza Queiroz informou que também já espera um aumento na demanda, mas que não haverá necessidade de reforçar as equipes. “Permaneceremos com a mesma rotina de trabalho. Mas é sabido que o número de ocorrências aumentará. Se houver necessidade, buscamos apoio junto ao Corpo de Bombeiros”, disse.

De acordo com ela, além do aumento no quadro de violência em geral, a preocupação é com os acidentes de trânsito causados pela mistura álcool e direção. “Retornamos à época do ‘olho por olho’, as pessoas saem de casa já com a intenção de ferir alguém. A intenção também é existente nos acidentes de trânsito. Tanto que nem o termo ‘acidente’ é utilizado. Uma pessoa que dirige falando ao celular ou bêbada está com a intenção de ferir alguém. Trata-se de um trauma intencional e o autor deve ser punido como tal”, disparou.
Pela estatística de 2008 do SAMU é possível ter uma noção deste aumento da violência durante o período de festividades. Em novembro de 2008, as equipes de resgate realizaram 523 atendimentos em geral, sendo 238 atendimentos clínicos, dois ferimentos por arma de fogo e três mortes.

Já em dezembro do não passado, foram 576 atendimentos, o equivalente a um aumento de 10,1%. De um mês para o outro, foram sete mortes à mais – dezembro fechou com um total de 11 mortes. Além disto, de dois passaram para oito o número de ferimento por arma de fogo.