No último sábado (26), acadêmicos dos cursos de licenciatura e mestrado em Geografia e História da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, realizaram um “Café da Manhã na Roça” com os assentados do Pontal do Faia, assentamento a cerca de 46 km de Três Lagoas.
Segundo a professora doutora Rosimeire Aparecida de Almeida, especialista em Geografia Agrária, a iniciativa dessa visita surgiu de uma parceria com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural (CMDR). O objetivo é proporcionar aos alunos interação e melhor compreensão da questão agrária em Três Lagoas. “Constitui-se em uma atividade de ensino e extensão da disciplina de Geografia Agrária. Esta atividade é realizada há três anos, porém, é a primeira vez que ela ocorre em Três Lagoas”, disse.
No café da manhã, os pequenos agricultores irão expor todos os alimentos de origem animal, vegetal e outros produzidos no campo. “Eles vão nos oferecer o que têm e produzem nos lotes. Queijo, requeijão etc. Tudo natural, nada industrializado”, relata.
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A professora comenta que outro objetivo da ação é valorizar o assentamento como espaço de vida e trabalho, visto que a Lei Federal de número 11.947, sancionada em junho de 2009, obriga o uso de pelo menos 30% dos recursos destinados à merenda escolar do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) na aquisição de produtos da agricultura familiar. “Nesse sentido, entendemos que valorizar e estimular esses produtores familiares, por meio de estudos e planos organizativos, é tarefa de toda a sociedade”, afirma.
No município, há somente dois assentamentos de Reforma Agrária feitos pelo INCRA: o Pontal do Faia – o mais antigo com uma área de 1.317,69 ha – e o 20 de Março. O assentamento é composto por 45 famílias e a área média dos lotes é de 22,5 ha. “As pequenas propriedades no campo têm desempenhado tarefa fundamental no Brasil no que tange à produção de alimentos”, comenta.
