Há aproximadamente dois anos o antigo alojamento dos funcionários da Companhia Energética do Estado de São Paulo (Cesp), quer era usado pelos acadêmicos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) está desativado. Fechado desde o pedido de desocupação, feito em abril de 2008, desde então o local está sendo tomado pelo mato.
Em 2003, foi cogitada a possibilidade de doação da área à UFMS, no entanto, nada foi concretizado. Procurado pela equipe do Jornal do Povo, o departamento de comunicação da Cesp não respondeu se há projetos para o local. Por e-mail informou apenas que quem pediu pela retirada dos alunos foi a UFMS.
“A CESP não pediu a retirada dos alunos. Esse pedido foi feito pela Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, que devolveu o imóvel em abril de 2008. Conforme o contrato, o imóvel foi devolvido livre de coisas e pessoas” – explica o e-mail.
De acordo com o diretor da UFMS em Três Lagoas, José Antonio Menoni, o espaço era muito útil e chegou a comportar mais de 100 alunos. “Foi um convênio que beneficiou os acadêmicos. Quando ele existiu eu não era o diretor da unidade, mas sei que a principio foi usado durante cinco anos e teve a cedência renovada por mais cinco. Depois sei que foi desativado, aconteceram encontros políticos e burburinhos de que poderia ser doado, mas nada aconteceu”.
As contas de água, energia e manutenção eram custeadas na época pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Educação em Mato Grosso do Sul (Fadems). “Depois que eles pediram pela desocupação cortaram tudo. Mesmo assim, teve um aluno que permaneceu sete meses, até a conclusão do curso, sem água e energia. Era um local apertado para a quantidade de alunos que comportava, mas muitos dependiam do auxilio para continuar os estudos”, relatou.
O alojamento contava com 30 dormitórios; um refeitório; uma lavanderia, e banheiros, somando um total de 809, 66m² de área construída, segundo informou o departamento de comunicação da Cesp.
MUDANÇAS
Após a saída dos alunos do alojamento a Universidade passou a oferecer o auxílio permanência, no valor de R$ 298. “Os alunos passam por uma seleção de renda, e assim são escolhidas as pessoas que recebem o benefício. Atualmente 130 recebem o auxílio moradia e 90 o auxílio alimentação. Esta foi a maneira encontrada para compensar a falta do alojamento. Em uma época chegou se a cogitar a construção de um novo espaço, mas os custos e despesas seriam altos e inviáveis. Durante algum tempo também tentamos reaver o espaço com a Cesp, mas não tivemos sucesso”.
Segundo Menoni, o benefício é um complemento da renda. “Sabemos que esse valor não cobre todas as despesas. Os aluguéis estão mais caros e isso dificulta a permanência de alunos de fora. Estamos com novos cursos na grade e por isso estimamos aumento de 100 alunos por ano”, informou.