Cerca de 300 pessoas participaram de passeata realizada na manhã de sábado. A movimentação foi organizada pelo Conselho Comunitário de Segurança e encerrou o 2º Seminário Municipal de Segurança Pública, realizado entre os dias 21 e 21, no anfiteatro do campus I da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O tema principal foi o trânsito. A passeata saiu da Escola Estadual Afonso Pena com destino à praça Senador Ramez Tebet.
Familiares de vítimas do trânsito também participaram da passeata e carregaram faixas com frases sobre paz no trânsito. Entres as autoridades, estavam a prefeita Márcia Moura (PMDB), o deputado estadual Eduardo Rocha (PMDB), além da Polícia Militar (PM), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Corpo de Bombeiros e Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu).
Márcia Moura destacou a importância da participação dos familiares das vítimas na mobilização. “São essas atitudes que chocam de fato a nossa população. A vida é alegre se cumprirmos as regras. É tão simples cumprir as normas do trânsito. Por isso, temos que fazer nossa parte para que a imprudência não continue deixando rastros de dor nas famílias três-lagoenses”, disse.
O deputado Eduardo Rocha disse que a luta contra a violência no trânsito tem que ser permanente. “Temos que ter consciência e educação no trânsito”, disse. Ele destacou ainda a importância em não combinar bebida alcoólica com o volante. “Quem vai dirigir não pode sequer colocar um gole de bebida alcoólica na boca. Se não é permitido, não há porque insistir”, salientou.
Após a passeata foram distribuídos panfletos na área central da cidade. O conteúdo mostra algumas dicas de segurança no trânsito. Os carros que passavam pelo centro foram adesivados. Os adesivos levavam a seguinte frase: “Operação Paz no Trânsito. Eu Apoio. Educando o Cidadão Para Uma Vida Mais Segura”.
Família de jovem atropelada emociona-se em passeata
A família da jovem Muriel Bazé Marquez, vítima fatal de um acidente de trânsito em Três Lagoas, participou da caminhada e relatou o trauma que vivencia após a perda da jovem. Muriel, 22 anos, que morreu atropelada por um caminhão Mercedes Bens, placa HJU 7120, na avenida Antônio Trajano, no centro da cidade, no dia 27 de junho do ano passado.
Muriel seguia pela rua Bruno Garcia com uma bicicleta no mesmo sentido em que o caminhão trafegava. Ao converter à direita para entrar na avenida, ela foi fechada por um caminhão que fazia a mesma conversão. Segundo testemunhas, a jovem chegou a gritar por socorro, porém não foi ouvida pelo motorista. A jovem morreu depois de ser arrastada por dez metros.
Marly Bazé Marquez, mãe da vítima, disse que antes da morte da filha nunca havia se colocado no lugar de alguém que perdeu um ente querido. Hoje, a situação é bem diferente. Ela relatou que ao saber da morte de alguém no trânsito da cidade, sente como se estivesse revivendo a triste notícia da morte da sua filha.
Marly destacou ainda que os motoristas devem dirigir com mais responsabilidade pelas ruas e avenidas da cidade. “A Prefeitura tem colocado placas de sinalização, mas os condutores devem fazer a parte deles. O número de mortes tem sido muito alto. Isso não pode continuar acontecendo”, destacou.
Miriam Bazé, filha de Marly e irmã gêmea de Muriel, relatou o drama que ainda vive. “Era minha companheira. Eu contava com ela para tudo. Hoje, faço tratamento psicológico porque ainda não consegui superar a perda da minha irmã. Eu sinto uma dor muito forte”, disse a jovem bastante emocionada.
HOMENAGEM
Amanhã pela manhã a família Bazé vai fazer uma homenagem de um ano da perda da jovem no local onde aconteceu o acidente. Segundo Miriam, serão colocadas faixas com frases em defesa da segurança no trânsito e panfletos serão entregues à população que passar pelo local. “É uma forma de conscientizarmos a população quanto à importância em ter responsabilidade no trânsito”, destacou.