O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou linha de crédito da ordem de R$ 500 milhões específica para Santas Casas e Hospitais Filantrópicos. Esses recursos deverão ser utilizados no capital de giro para obras, modernização tecnológica e capacitação de pessoal. O objetivo é fortalecer a capacidade de atendimento, modernizar e melhorar a gestão desses estabelecimentos de saúde – que ofereçam 60% de seus serviços pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O Hospital Nossa Senhora Auxiliadora de Três Lagoas poderia se beneficiar dessa nova linha de crédito, já que é uma entidade filantrópica. “O hospital está apto a receber esses recursos, porque todas as contas foram regularizadas. Agora se há interesse, só mesmo a diretoria administrativa poderia dizer”, afirmou o diretor técnico do hospital, doutor José Carlos Resende Pereira, cirurgião geral.
O diretor administrativo, José Carlos Florentino, está em Brasília participando do XX Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópico, onde justamente o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou ontem a criação desta linha de crédito. Este incentivo faz parte do Programa BNDES de Apoio às Instituições de Saúde, o BNDES Saúde – projeto idealizado pelo banco de fomento e secretaria executiva do Ministério da Saúde. Para a efetivação prática do BNDES Saúde, será firmado um Protocolo de Ação Conjunta entre o Ministério e o BNDES. A previsão de assinatura é de três semanas.
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As Santas Casas e os Hospitais Filantrópicos destinam hoje 121 mil leitos ao SUS, entre os 366,8 mil existentes em todo o país. Ou seja, representam 32,9% dos leitos do SUS no Brasil. Somente em 2009, o Ministério da Saúde repassou R$ 7,2 bilhões às Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, para custeio à realização de procedimentos ambulatoriais e hospitalares, incluindo exames, consultas e cirurgias. É um aumento de 63,3% em relação aos repasses do ano de 2004.
O número de consultas especializadas (em oftalmologia, cardiologia e oncologia, por exemplo) realizadas nesse tipo de estabelecimento de saúde cresceu mais de 10 vezes nos últimos seis anos. Em 2004, foram realizadas 1.106.967 de consultas especializadas. Já em 2009, o número de consultas desse tipo foi de 11.595.827. Por isso, a preocupação do governo federal em criar incentivos aos estabelecimentos que prestam efetivamente serviços pelo SUS.
