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Cerca de 12% da energia elétrica em MS é perdida por conta de furtos

Segundo Energisa, prática criminosa na rede de energia impactou na arrecadação de impostos cerca de R$ 32,7 milhões nos últimos 12 meses

Gráficos do painel de monitoramento no centro de inteligência da Energisa - Foto: Thais Cintra
Gráficos do painel de monitoramento no centro de inteligência da Energisa - Foto: Thais Cintra

Dados do centro de inteligência da Energisa mostram que em Mato Grosso do Sul, cerca de 12% da energia elétrica é perdida, somando furtos e perdas técnicas, dentre elas, crimes popularmente conhecidos como “gatos”. As informações divulgadas nesta quinta-feira (4), durante reunião na sede da concessionária em Campo Grande, fazem parte de um estudo que analisa prejuízos causados por furtos e fraudes de energia no estado. O prejuízo em relação à arrecadação do Imposto Sobre Mercadorias e Serviços (ICMS), chega em torno de R$ 32,7 milhões.

“Quem comete qualquer tipo de irregularidade na rede elétrica, está suscetível à questão de segurança da própria vida e o furto ainda impacta na qualidade de fornecimento de energia. Outra preocupação é em relação à arrecadação de impostos, mais de R$ 32 milhões aos cofres públicos. As distribuidoras ainda gastam milhões em investimentos no combate às perdas”, explica Helier Eurico Fioravante, gerente de serviços comerciais da Energisa.    

O levantamento ainda aponta que se todo o furto de energia elétrica fosse eliminado, a tarifa poderia ser reduzida em até 1,3%. “Quem comete qualquer tipo de irregularidade na rede elétrica, está suscetível à questão de segurança da própria vida e o furto ainda impacta na qualidade de fornecimento de energia. Outra preocupação é em relação às tarifas de energia que ficam mais caras”, explica.  

Ainda de acordo com Fioravante, a previsão para 2022 é inspecionar 83 mil unidades consumidoras e regularizar cerca de 30 mil. No ano passado, 69 mil unidades foram inspecionadas e 25 mil regularizadas.

“Estamos trabalhando constantemente, com centro de inteligência e investindo em tecnologias pra que a gente consiga desenvolver um trabalho em cima perfil do consumidor cadastrado na base de dados, e assim, enxergar aquele que está destoando. Com isso a gente consegue chegar até a residência e certificar se tem ou não irregularidade na unidade consumidora”, analisa o gerente.  

Além de ser considerado crime passível de perda da primariedade, pode resultar em pena de até quatro anos de reclusão. Presente na reunião, o delegado Paulo Henrique Sá, que coordena as operações do departamento de Polícia Especializada no estado, afirma que existe a necessidade de a distribuidora de energia ter o medidor em mãos para fazer a perícia.

“A prova técnica do crime que deixa vestígios é indispensável e o medidor tem que ser preservado. A concessionária não pode retirar o medidor, ele tem que ser preservado. No caso de furto, a empresa chama uma equipe da Depac que comparece no local junto à perícia, que retira o medidor para ser inspecionado no instituto de perícia”, destaca.    

Sá ainda afirmou que outra prática muito comum, os furtos de fios de cobre, também traz preocupação às autoridades. “As operações de fiscalização vem ocorrendo em alguns anos e a gente percebe um aumento sensível dos furtos de fios de cobre e vamos continuar apurando. Buscamos efetuar a prisão daqueles que compram os fios, os receptadores”, analisa.