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Editorial

Cresce a nossa população

Confira o editorial da edição deste sábado do Jornal do Povo

Entre 2011 e 2021, Três Lagoas agregou 21.601 habitantes - Arquivo/JPNEWS
Entre 2011 e 2021, Três Lagoas agregou 21.601 habitantes - Arquivo/JPNEWS

Três Lagoas cresce sem parar sob o aspecto populacional e econômico. A força da industrialização, notadamente, no setor de celulose e papel, além da silvicultura e da pecuária, que tem destaque no contexto sul mato-grossense são provas concretas do nosso desenvolvimento. Mas, embora o IBGE aponte um aumento populacional de 123.281 para 125.137 habitantes, cumpre salientar que estes números só têm a finalidade de fazer correções na estimativa no tamanho da população. Nada mais do que uma simples projetação de crescimento da população. Há mais de dez anos não se realiza o censo geral que esmiúça todos os indicadores os quais retratam a realidade da gente brasileira. A síntese dos indicadores sociais que avalia as condições de vida da população brasileira. A coleta de dados aprofundada permite a aferição da realidade socioeconômica do país e do brasileiro, quando se mede a taxa de expectativa de vida, natalidade, condições de moradia, índices de saneamento básico, saúde, educação, moradia, desemprego, saneamento básico e muito mais, para não ter aqui que indexar todos os dados que envolvem a vida de cada cidadão e o quanto evoluímos ou regredimos na jornada de ano após ano. A partir da análise da coleta de dados, os governantes centram a ação administrativa para equacionar problemas estruturais nas áreas que são de suas responsabilidades e de interesse geral. É com estes dados que se dá rumo às políticas públicas de governo. Sem eles não se traça programas e nem se planeja o futuro de maneira adequada. Lamentável, quando o governo brasileiro posterga a realização do censo geral no país sob a alegação de que não tem dinheiro suficiente para realizar esse levantamento tão importante, cujos reflexos tornam bem claro a realidade nacional. Não é certo vivermos de projeções por mais aproximadas que sejam. Em um determinado período da vida do nosso município num lapso de dez anos, mais precisamente entre 2011 e 2021, Três Lagoas agregou 21.601 habitantes. Há de se destacar, que período assinala a evolução do processo de industrialização de Três Lagoas. Fugindo desta última contagem que data de 1 de julho de 2021, certamente podemos acrescer, considerando a população flutuante mais 10 mil habitantes aos 125,137 mil que o próprio IBGE não contabiliza, porque essas pessoas – a população flutuante que mora em Três Lagoas, não declara ter aqui o seu domicílio, portanto, não são considerados residentes permanentes na cidade. Como o governo brasileiro alega não ter dinheiro para promover o censo geral que deveria ser realizado de dez em dez anos, o IBGE só estima o tamanho da população brasileira, e não consegue, identificar quantos que no município não são residentes. Por isso, de tempos em tempos lança mão desse expediente que projeta organicamente para não dizer imaginariamente qual é a nossa população. Distorcido, esse cálculo de saída prejudica a municipalidade. Só para apontar um indicador, o Fundo de Participação dos Municípios – o FPM, cujo índice estabelece a distribuição do percentual de recursos federais que a União arrecada e mensalmente destina para cada município brasileiro, certamente, essa prática de contagem do IBGE represa o envio de dinheiro para Três Lagoas e aos demais municípios brasileiros, os quais recebem um montante de acordo com a previsão constitucional. Além dessa distorção, embora o IBGE aponte que nossa população cresce, sem sombra de dúvida, esconde com a não realização do censo geral a realidade brasileira, assim como atrasa com sua paralisia os indicadores que impulsionam a nossa cidade. E consequentemente, sonega dados que poderiam atrair mais investidores. A população cresce, mas o IBGE quando deixa de realizar o censo geral deixa de apresentar pela coleta de dados, importantes informações para uma melhor formulação de políticas públicas.