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Três Lagoas

Desembargador faz avaliação positiva da nova lei de adoção

Joenildo Chaves falou sobre adoção e sobre novas propostas para a cidade

Em entrevista ao Jornal do Povo, o desembargador Joenildo Chaves falou sobre adoção e sobre novas propostas para a cidade, além de problemas que as Unidades de Internação Educacional (UNEIs) vêm enfrentando.

Jornal do Povo: Como o senhor avalia as novas regras de adoção?
Joenildo Chaves: Eu destaco como uma das principais mudanças a prioridade que a nova lei oferece aos familiares da criança. Ela só a encaminhada para famílias de outros estados ou países caso não houver interesse de adoção por parte da própria família.

JP: Houve aumento na adoção no Mato Grosso do Sul após a implantação da nova lei?
Joenildo Chaves: Sim, graças às inúmeras campanhas que estamos desenvolvendo. Hoje as pessoas sentem-se mais seguras em adotar. Fico feliz com esse novo comportamento, pois ele tem proporcionado às crianças a chance de ter uma família. A família é a base do ser humano. É através dela que o individuo consegue desenvolver um bom caráter e consequentemente se livrar das drogas e da criminalidade.


JP: Quais as novas propostas para a Vara da Infância e Juventude de Três Lagoas?
Joenildo Chaves: A Justiça Restaurativa. Ela é um processo colaborativo em que as partes afetadas, mais diretamente por um crime, determinam a melhor forma de reparar o dano causado pela transgressão. É uma maneira de restaurar os laços entre a vítima e o agressor para que não haja inimizade. Mato Grosso do Sul será o terceiro estado do Brasil a receber esse programa. Pretendemos implantá-lo em todas as comarcas do Estado.

JP: Qual sua opinião sobre as Unidades Educacionais de Internação (UNEIs) do Estado?
Joenildo Chaves: Embora o Estado esteja investindo nas UNEIs acredito que ainda falta muito para que ela se torne um centro de ressocialização. É necessário investir mais na educação, saúde e no profissionalismo. O jovem não pode chegar a uma UNEI e ficar ocioso. Isso não contribui com a melhora dele. Existe a necessidade também de realizar um trabalho com as famílias dos menores infratores, pois a maioria delas os rejeita. Do jeito em que as UNEIs estão é mais fácil acontecer com os adolescentes o que acontece nos presídios, em que os presos saem ainda pior da cadeia por falta atividades de ressocialização.