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Três Lagoas

Dívidas de produtores de MS nos bancos chegam a R$ 8 bilhões

Produtores rurais acumulam nas carteiras rurais dos bancos que operam com as linhas de crédito agrícola dívida de aproximadamente R$ 8 bilhões, segundo a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).

As dívidas que tiram o sono dos produtores se referem a operações de crédito feitas no período de 2008 a 2012, fase em que o setor agrícola amargou perdas consideráveis em razão das adversidades climáticas.
Nessa semana comissões de fazendeiros foram orientadas por um analista de crédito contratado pela Famasul.  Nelson Fraga, especialista em crédito rural, considera fundamental estabelecer uma negociação “plausível”, para que o produtor quite as dívidas e volte a ser incorporado ao sistema de crédito, sob pena de se desencadear um processo falimentarcom reflexos no desempenho do agronegócio.
 
Hoje, segundo a Famasul, a maioria dos produtores tem algum tipo de pendência e enfrenta dificuldade em lidar cm a carteira rural, juros e a negociação da dívida de um modo geral. "Nosso maior objetivo é buscar um cenário de entendimento. A dívida rural em Mato Grosso do Sul, tem total apurado em torno de R$ 7 ou 8 bilhões, advindas de todas as fontes de operações”, disse Fraga, que abordou o assunto na última segunda-feira para grupo de aproximadamente 70 endividados.
 
Para o especialista, o mais importante nesse momento para reabilitar os produtores ao crédito agrícola é avaliar caso a caso, por região, já que os prejuízos e o grau de endividamento são regionais.
 
Fraga analisou diversos casos, ofereceu orientação e conversou com grupos, de acordo com suas necessidades, o que facilitou a compreensão dos produtores presentes, como o caso de Valdir Araújo, que tem propriedade em Selvíria. "É importante que o produtor se sinta amparado, acho que a orientação de um especialista proporciona essa sensação”.
 
CRÉDITO
Os produtores também foram orientados sobre a nova regra do Fundo Constitucional de Financiamento Centro-Oeste (FCO) para quem está inadimplente desde 2012 em operações contratadas a partir de 2008. Pela regra, é possível parcelar a dívida em até 10 anos. A proposta de renegociação do FCO agrada a maioria dos produtores rurais.
 
Outra questão técnica e que não tinha a compreensão de parte dos agricultores é quanto a securitização da Dívida Ativa da União (DAU). Os débitos dos produtores inscritos na Dívida Ativa são bem maiores. 
 
A ideia da Famasul com as reuniões com especialistas é deixar os agricultores a par não apenas dos deveres, mas também dos direitos à conciliação e obrigações em eventual negociação.