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Editorial

É preciso qualificar o trabalhador

Leia o Editorial do Jornal do Povo deste sábado (23)

Em Três Lagoas temos, entre tantos, o Senai, Sesc, Senac e o Instituto Federal, que são organismos voltados para a qualificação - Arquivo/JP
Em Três Lagoas temos, entre tantos, o Senai, Sesc, Senac e o Instituto Federal, que são organismos voltados para a qualificação - Arquivo/JP

Embora tenhamos quase 12 milhões de desempregados no país, segundo o IBGE, sem aprofundar as causas e questionamentos que esse lamentável indicador nos remete, não há como relevar e desconsiderar que o trabalhador brasileiro precisa ser qualificado para o exercício da atividade laboral. Somente em Mato Grosso do Sul registra-se 20 mil postos de trabalhos à serem preenchidos, mas estão vagos por conta da espera por pessoas com qualificação profissional para ocupá-los. Empresas no afã de preencher vagas disponíveis, na maioria das vezes, abrem mão do rigor da seleção profissional, contratam o candidato, mas acabam por demiti-lo logo em seguida a fase de experiência por ineficiência funcional.

É nessa circunstância que o empregador perde tempo e dinheiro, porque não obteve o rendimento esperado do contratado, que mostrou despreparo para o exercício da função contratada. Essa rotatividade indica a falta de qualidade e sucesso no recrutamento do trabalhador. Qualquer empresa que tem objetivos para o cumprimento de metas previamente estabelecidas, além do incremento e qualidade da produção ou aumento de suas vendas, quer alcançar a satisfação do cliente. E mais, para sobreviver no mercado competitivo, quer estabelecer uma relação de fidelidade para atender com presteza e continuidade o cliente que lhe dá sustentação e garante seus resultados. Por isso, não suporta ter em seus quadros funcionários com desempenho sofrível que pode comprometer suas metas.

A questão da mão de obra desqualificada está agravada pela má formação escolar, ou seja, curso primário ou secundário incompletos, além da necessidade prematura das pessoas serem obrigadas a procurar o mercado de trabalho para a própria subsistência ou da imperiosa necessidade em engrossar a renda da família numerosa para amenizar as agruras da própria existência. O cidadão é trabalhador, mas torna-se um trabalhador tipo “pau pra toda obra”.

O tempo passa, não consegue ir à escola e sequer, consegue ingressar em curso profissionalizante. Tragado pelo dia a dia da própria sobrevivência  acaba por não perceber que diante do avanço tecnológico, está se excluindo involuntariamente do mercado de trabalho e acaba por não procurar os organismos de qualificação profissionalizante, os quais poderão mudar a sua própria vida na atividade laboral e contribuir para o seus crescimento material.

Em Três Lagoas para exemplificar temos, entre tantos, o Senai, Sesc, Senac e o Instituto Federal, que são organismos voltados para a qualificação das pessoas e consequentemente da mão de obra. Certamente, se o município e o Estado, juntos, estabelecerem uma política de estímulo para a  formação e qualificação de mão de obra, teríamos, além da atração de mais indústrias, o incremento da geração de emprego e renda na cidade. E, indiscutivelmente, contribuir-se-ia para a diminuição da pobreza vivida por milhares de famílias em Três Lagoas e região.