Há mais de 45 anos desenvolvendo executivos, gestores públicos, empresários e organizações de diversos segmentos em vários países, a Fundação Dom Cabral (FDC), traz para Campo Grande a primeira turma de pós-graduação em gestão de negócios. José Ricardo Kraemer Salerno, diretor-presidente da RS Gestão, empresa associada da FDC, disse em entrevista à Rádio CBN Campo Grande, que integra o Grupo RCN de Comunicação, que um dos objetivos do curso é proporcionar aos gestores e empreendedores participantes, o entendimento do ambiente de negócios e dos modelos de negócios. O especialista defende que a sociedade precisa de empresas bem sucedidas para se desenvolver. “Nós não acreditamos que as empresas vão ter sucesso se os empresários e os gestores não estiverem bem preparados. Esse é o nosso propósito de empresa”.
Para ajudar empresas a se tornarem profissionalizadas, é necessário, conforme Salerno, tomar decisões com olhar empreendedor. “Um dos principais trabalhos que fazemos como escola de negócios é ajudar a empresa familiar a se tornar uma empresa profissionalizada, onde as decisões são tomadas com um olhar de empreendedor, mas também com metodologias e ferramentas que ajudam em uma decisão mais assertiva, com base em números e com um olhar profissional”, explica.
Ainda segundo Salerno, a pós-graduação da Fundação Dom Cabral não é apenas para levar conhecimento em áreas básicas da gestão. “O grande diferencial da pós-graduação da Fundação Dom Cabral é justamente por ser uma pós em gestão de negócios, não apenas uma pós-graduação em gestão empresarial. Gestores que querem realmente ser protagonistas no mundo dos negócios precisam ter noções além do conhecimento de gestão propriamente dito”, enfatiza.
Qual a importância da pós-graduação em gestão de negócios?
José Ricardo É a primeira turma de pós-graduação que a Fundação Dom Cabral traz para Campo Grande e estamos trabalhando na formatação dessa turma. O grande diferencial da pós-graduação da Dom Cabral é que é na área de negócios. Não é apenas uma pós-graduação que traz conhecimento na parte dos gestores, da gestão empresarial, de gestão de pessoas, gestão de processo, mas, especialmente, em gestão de negócio. E que é isso? São empreendedores, gestores dos negócios que querem, realmente, ser protagonistas no mundo dos negócios. E, eles precisam ter noções, além do conhecimento de gestão propriamente dito. E o que significa você ser protagonista? Há duas grandes premissas. Na primeira delas é importante que o empreendedor, o empresário ou os principais gestores de um negócio entendam qual é a grande oferta de valor que aquele negócio traz para a sociedade ou para o seu público de interesse. Esse é um primeiro ponto que é fundamental que se que se discuta e que os participantes da pós-graduação consigam entender e perceber. Qual o papel daquela empresa em termos de negócio, que traz valor para o seu público de interesse? O ponto é: como eu capturo o valor para minha empresa? Ou seja, os resultados que eu preciso para capturar o valor e poder reinvestir e ampliar o meu negócio. Então, o entendimento do ambiente de negócios e o entendimento dos vários modelos de negócios e das várias inovações que cada dia são mais rápidas nos modelos de negócio, é fundamental para que o empreendedor seja protagonista, para que o gestor seja protagonista e tenha sucesso no mundo dos negócios.
Escolas de negócios são organizações não bem compreendidas? O que podemos falar sobre esse tema?
José Ricardo Nós [Fundação Dom Cabral] temos uma expertise muito grande em entrar dentro das empresas e ajudá-las em dois grandes aspectos que são fundamentais paro o sucesso da empresa. Em primeiro lugar é ter competitividade, poder gerar superávits e resultados positivos. Em segundo lugar é aumentar o valor da empresa para o acionista, maximizar a riqueza do acionista. São dois aspectos que são imprescindíveis para que esse negócio e essa empresa, que cuida desse negócio, tenha longevidade e possa se perpetuar. Então, somos uma escola de negócios, nós não somos uma consultoria. Nosso papel é ajudar as empresas a terem acesso às melhores práticas, aos modelos, aos processos, e consigam evoluir tanto em competitividade quanto em maximização do valor da empresa.
Mato Grosso do Sul tem muitas empresas familiares. Como vocês atuam com esse ramo?
José Ricardo É uma satisfação trabalhar com as empresas familiares. Mais de 90% dos nossos clientes, que chamamos de empresas parceiras porque temos relações de longo prazo elas, são familiares. A importância das empresas familiares no mercado brasileiro é enorme. Mais de 60% dos empregos são gerados por essas empresas e, em torno 50% do PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro é formado pelas empresas familiares. E uma das coisas que é importante diferenciarmos, que muitas vezes as pessoas confundem, é uma empresa familiar com empresa não profissionalizada. Ou seja, uma coisa é a familiar, onde você sabe quem são os proprietários do capital, sabe quem são os donos do negócio. A empresa não familiar é aquela em que o capital é diluído, pode ser uma Sociedade Anônima de capital aberto, uma cooperativa ou outro modelo onde os donos não são conhecidos, onde o capital distribuído. E, muitas vezes, as pessoas pensam que a empresa familiar é, obrigatoriamente, uma empresa que não tem profissionalização, que não é uma empresa profissionalizada. Isso não é verdade. Empresa não profissionalizada é aquela que toma decisões com base somente na intuição, no olhar, no entendimento do negócio pelos donos.
Quer dizer, sem um planejamento, sem analisar números?
José Ricardo Exatamente. E o que trabalhamos? Um dos principais trabalhos que a gente faz como escola de negócios é ajudar a empresa familiar a se tornar uma empresa profissionalizada. O que diferencia a empresa profissionalizada? É onde as visões são tomadas e o processo decisório é profissionalizado. Atendendo, sim, um olhar intuitivo, um olhar de empreendedor, um olhar do conhecimento que as pessoas têm sobre aquele negócio, mas, também com ferramentas, com metodologias, com modelos que ajudam aquela decisão a ser mais assertiva e que tenha base em números, no olhar sobre o mercado de uma forma profissional.
Como a Fundação atua?
José Ricardo A Fundação Dom Cabral pode encaminhar para uma solução que seja adequada para a empresa, que pode ajudá-la a ser mais competitiva, aumentar valor para o acionista e trabalhar para a longevidade das organizações. Evitar tudo aquilo que vemos todos os dias nas ruas, quando às vezes a empresa anoitece, e nesse anoitecer, fica cheia de dívidas. Então, é muito importante realmente que as pessoas tenham um acompanhamento, uma orientação, participem de uma escola de negócios para ter longevidade, competitividade. Nós não acreditamos numa sociedade desenvolvida sem empresas bem sucedidas. E, também, nós não acreditamos que as empresas vão ter sucesso se os empresários e os gestores não estiverem bem preparados. Esse é o nosso propósito de empresa.