O governo do Estado ainda não desistiu de que novos empreendimentos com capital estrangeiros instalem-se em Mato Grosso do Sul. Entre os investimentos previstos para o Estado, que dependem da regularização da compra de terras por estrangeiros, estão três fábricas no ramo de celulose.
A Portucel e a Arauco já tinham manifestado interesse em se instalar na região do Bolsão. Entretanto, a secretária estadual de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, disse ao Jornal do Povo que, além das duas, cujos nomes ela não revelou, outras empresas nesse ramo também estariam interessadas em vir para o Estado. São empresas dispostas a vir para Mato Grosso do Sul, que também esbarram na mesma situação.
Somente duas empresas na área de celulose, segundo a secretária, devem gerar cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos. Os investimentos previstos giram em torno de R$ 10 bilhões. Para garantir e mostrar a importância desses empreendimentos para o Estado, a secretária juntamente com o governador André Puccinelli (PMDB) estiveram nessa quarta-feira, em Brasília, reunidos com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para falar da importância de alterar a Lei que disciplina a compra de terras por estrangeiros.
Além dos empreendimentos na área de celulose, foi discutida ainda a necessidade de regulamentar a lei, em razão de cinco empresas no setor sucroalcooleiro também terem interesse em se instalar em Mato Grosso do Sul. Conforme Tereza Cristina, não é só Mato Grosso do Sul que pode perder investimentos por esse motivo. Ele informou que outros estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e Bahia, entre outros, também dependem da regulamentação de terras para receber novos empreendimentos.
De acordo com a secretária, ficou definido que, em conjunto com esses estados, será elaborado um relatório com todos os dados dos empreendimentos, quantos empregos e o valor dos investimentos que podem vir para o Brasil. Tereza Cristina disse que a reunião com a ministra foi positiva e espera que, em breve, possa haver uma resposta positiva por parte do governo federal.
Além do governador e da secretária, a reunião contou ainda com a presença do senador Antônio Russo, do deputado federal Geraldo Resende, de Martus Tavares, conselheiro da Única (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar), César Augusto dos Reis, diretor-executivo da Abraf (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas) e de representantes de empresas e entidades destes setores.