Uma das questões que atormentam a vida do cotidiano três-lagoense é a da educação no trânsito. Por mais que autoridades do setor alertem e as notícias mais tristes tomem conta do noticiário local, contumazes infratores das leis de trânsito continuam a desrespeitar a sinalização. E, não é por falta de placas indicativas de mão de direção, plantadas em quase todas as esquinas da cidade, além de semáforos instalados em pontos estratégicos do fluxo de movimento de nossas ruas.
O fato é que condutores impacientes e deseducados, por que acreditam que nada contra eles poderá ser feito, dominam o dia a dia do trânsito em Três Lagoas, ora desrespeitando a indicação do sinal vermelho, ora transitando na contramão de direção. Pode se dizer que o trânsito de veículos automotores na cidade tornou-se uma arma de potente calibre. Vejamos: somente no primeiro semestre deste ano foram registrados 975 acidentes, ou seja, uma média de 5,41 acidentes por dia.
Destes, registra-se 390 vítimas que foram removidas com ferimentos para os prontos socorros da cidade, incluído, além de cinco óbitos e 585 acidentes sem vítimas. Destaca-se que somente acidentes com motos foram 282. Outros acidentes envolveram 270 carros, e mais 71 com bicicletas elétricas. Esses dados são assustadores, porque revelam que a incidência de acidentes no trânsito não diminui ano após ano, por mais que se tente sinalizar e indicar as mãos de direção permitidas ao tráfego de veículos, inclusive, as bicicletas movidas pela força humana de quem pedala para impulsioná-la. Como estes números foram apurados somente no primeiro semestre deste ano e se nada for feito, podem mais do que dobrar.
O perigo do trânsito ronda todos nós, inclusive, os que transitam observando as normas estabelecidas pelo Código Nacional do Trânsito, porque temos que dirigir por nós e pelos outros na intenção de evitar mais acidentes. Estamos diante de uma situação crítica, que somente se resolverá, certamente, com a intervenção direta dos amarelinhos do Departamento de Trânsito, cuja ação deverá ser somada com a Polícia Militar, através do seu Batalhão de Trânsito.
Essa ação de policiamento das ruas, deverá ser de um imenso trabalho que visará numa primeira fase alertar sobre a obrigação de se observar e respeitar as normas de trânsito. E, em outra etapa, com a imposição de multas, recolhimento de bicicletas, apreensão de veículos automotores, além da verificação sistemática de que se o condutor do veículo automotor está ou não portando a Carteira Nacional de Habilitação.
Certamente, se as autoridades do trânsito agirem com firmeza numa ação sem precedentes, conseguiremos diminuir a incidência de acidentes na cidade para se obter resultado satisfatório e ver esses índices significativamente bem reduzidos, mas que hoje, atestam o tanto quanto é trágico o trânsito na cidade. O fato é que não basta que o policiamento ostensivo fique postado nas esquinas somente anotando infratores sem uso de cinto de segurança ou falando ao celular.
É preciso que aja uma ação de fiscalização mais enérgica e sem trégua para conscientizar os condutores a respeitarem as normas do trânsito com habitualidade, observando como regra a sinalização indicativa, que vale para todos. Caso contrário, continuaremos ver aumentadas as estatísticas aterradoras de acidentes que Três Lagoas registra.