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Três Lagoas

Faltam profissionais para trabalhar na construção civil

A maioria dos profissionais da área preferem trabalhar como autônomo, pois o rendimento financeiro é maior

O número de empresas destinadas a terem como sede Três Lagoas é crescente. Somente para 2010 são esperados investimentos de uma siderúrgica, fábrica de fertilizantes, construção da segunda maior fábrica de papel e Celulose, ampliação de industrias, entre outras construções que demandam profissionais relacionados a construção civil.

Assim como em 2008, quando empreiteiras sofreram com a escassez da mão de obra em Três Lagoas, este ano a ausência deve perturbar novamente quem pretende fazer investimentos ligados à área.

No Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador (CIAT) a demanda é grande, e apenas para a ampliação da termelétrica, que conta com aproximadamente 150 profissionais, as entrevistas demoraram o dobro do que geralmente é necessário. O gerente da unidade em Três Lagoas, Ivan Alckmin, explica que embora exista profissionais, a maioria prefere ser autônomo. “O do salário, é maior quando a pessoa trabalha por conta. Quando ele é fichado tem meta a cumprir, exigências e gente pegando no pé. A cultura da Cidade ainda está diretamente ligada a cargos e chefia. O pedreiro que é autônomo, por exemplo, faz seu próprio horário”, destacou.

Alckmin também relatou que para fazer a contratação de mão de obra destinada a ampliação da termelétrica encontrou dificuldades. “Em média demoramos 15 dias para fazer as contrações, para conseguir esta mão de obra demoramos mais que o dobro. É um sinal de que a Cidade ainda não está preparada e que com certeza irá faltar mão de obra”.

Ele lembra de algumas medidas tomadas em 2008, quando o problema aconteceu pela primeira vez. “A VCP (Fibria), passou a oferecer cursos na área de montagem. Muita gente se interessou, mas poucos chegaram até o final.
Eles usaram alguns artifícios para tentar manter o pessoal no curso, mas quando as pessoas começavam a aprender, pela necessidade do trabalho, saiam antes de concluir para fazer algum ‘bico’. É uma relação cultural que precisa ser mudada. Eles eram acostumados a trabalhar sem registros, mesmo com 30% do seguro salário e benefícios eles não se interessam. Temos dificuldade em conseguir principalmente armador e carpinteiro”.

Para atender a última solicitação, o Ciat procurou profissionais em cidades do interior de São Paulo, como Castilho e Andradina.


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