Um adolescente de apenas 16 anos causou surpresa ao confessar a participação de uma média de 15 a 20 roubos registrados na Cidade apenas neste ano. O garoto foi apreendido pela equipe da Ronda Ostensiva Tática do Interior (Rotai) na manhã de ontem, após um assalto nas imediações da escola estadual Bom Jesus, bairro Vila Nova.
A vítima foi uma estudante de 13 anos que passava pelo local. Com um canivete, o adolescente rendeu a garota e exigiu que ela entregasse a bicicleta, uma Caloi Poti e um aparelho celular. O adolescente foi seguido pelo pai da adolescente que, por telefone, chamou a polícia. Quando os policiais da Rotai chegaram, o adolescente tentou se esconder em uma residência [na rua Júlio Mancini, Jardim Glória], mas foi encontrado. Com ele, foram apreendidos o celular e a bicicleta da vítima.
Segundo o capitão Élcio de Almeida, subcomandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, na delegacia, o suspeito confessou uma média de 20 roubos neste ano. Destes, 15 foram identificados pela PM, por meio de levantamento feito no Batalhão. “Mas ainda estamos trabalhando para averiguar se há outros crimes da quadrilha”, completou.
Aos policiais militares, o adolescente também contou que não agia sozinho. Outros três nomes foram repassados para o Serviço de Inteligência da PM. Buscas no sentido de encontrá-los acontecem desde ontem.
O oficial explicou que a forma de agir da quadrilha era simples. As vítimas eram escolhidas aleatoriamente, de acordo com a facilidade de acesso. O grupo não usava arma de fogo, mas facas ou até mesmo a simulação de estar armado (com as mãos por baixo da camisa). “Foi assim que eles assaltaram uma lan house na noite anterior. Simulando estar armados”, destacou.
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Na maioria dos casos, era levado bolsas, celulares, bicicletas e outros objetos de troca fácil – a PM estima que a quadrilha tenha feito até três assaltos em um único dia. No levantamento da PM, foram encontrados crimes praticados desde o dia 11 de janeiro. Boa parte dos crimes aconteceu ao amanhecer (antes das 6 horas) ou no início da noite (antes das 18 horas). As vítimas também não obedeciam a um padrão de idade, sexo ou classe social. “Eles usavam o seguinte tripé: conveniência, oportunidade e certeza de impunidade”, reforçou Almeida.
Embora assaltos tenham sido registrados por toda a Cidade, para a PM, a principal área de ação da quadrilha ficava entre os bairros Santo André e Vila Nova.
Até o início da tarde, o oficial ainda não sabia se os outros integrantes também eram adolescentes. Para Almeida, caso haja adultos, não está descartada a possibilidade de que o adolescente esteja confessando os crimes na tentativa de livrar os comparsas. “Pode ser que haja uma orientação para que ele assuma todos os crimes, ainda por conta da sensação de impunidade que existe entre muitos destes garotos”.
Na ação, a PM prendeu ainda dois acusados de receptação. Os suspeitos, um deles já conhecido da polícia, portavam celulares produtos de furto. “Um dos celulares havia sido roubado na Lan, um dia antes, e vendido por R$ 120. Já o outro acusado é suspeito de ser o intermediário entre a quadrilha e os compradores”.
Os três foram detidos e encaminhados para a 1ª Delegacia de Polícia para prestar depoimento. A expectativa é de que o adolescente seja encaminhado para a Unidade Educacional de Internação (Unei).
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