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Editorial

A aréa urbana da antiga ferrovia na NOB

Leia o artigo do Jornal do Povo, da edição, deste sábado (1°)

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Três Lagoas recebeu em comodato por 30 anos toda a área urbana que antigamente era utilizada pela Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB). Foi essa ferrovia que deu causa ao incremento da população aqui residente naquela época, quando seus trilhos ultrapassaram as barreiras das águas do rio Paraná, para seguir sua implantação até Corumbá e suas derivações até Ponta Porã e outros ramais de integração de suas linhas atendendo o transporte de pessoas, cargas e escoando a produção do antigo Mato Grosso, que enviava gado para frigoríficos paulistas e mineiros, além de muita madeira em toras brutas para serrarias e a indústria moveleira.

A ferrovia, inquestionavelmente foi fator preponderante de integração nacional, seu funcionamento deu início ao desenvolvimento que hoje vemos acontecer em nosso Estado. Com o passar dos anos, a implantação de rodovias como a paulista Marechal Rondon e a BR 262, que nasce lá no Espírito Santo e chega na região Norte até o Mato Grosso de hoje, deu mais agilidade ao transporte rodoviário do que a ferrovia e foi ficando relegada até a determinação infeliz de paralização por deliberação da Rede Ferroviária Federal S/A, que decretou a sua agonia que se arrasta até os nossos dias.

Ora falam em reativá-la, ora, fazem os governantes, ouvidos moucos, diante do clamor público que reclama a volta da circulação de suas locomotivas. Ressurge em Campo Grande, agora, um forte movimento que reúne 50 entidades de elevada representação em Mato Grosso do Sul pela reativação dessa malha ferroviária. Defende sua reconstrução e modernização como estratégica para o desenvolvimento. Enfim, infelizmente, a Rumo – empresa que obteve sua concessão -, só fez sucatear mais ainda o acervo ferroviário e sequer investiu na sua recuperação. Utilizou-a, enquanto pode, até paralisá-la.

Aqui em Três Lagoas, sequer consideraram aproveitar o seu antigo traçado dentro do perímetro urbano, a antiga linha férrea e adequá-la para o transporte urbano fosse no modo locomotiva, ou até com um veículo leve sobre trilhos, os conhecidos VLTs. Vindo lá das circunvizinhanças do cemitério municipal e adjacências, quase numa linha reta pela avenida Custódio Andrias, poderia transportar moradores da cidade até a Vila Piloto e Jupiá, passando pela área central do comércio e vice-versa.

Uma pena não terem ouvido as sugestões apresentadas, inclusive, pelo Jornal do Povo em suas colunas de editorial. Não há muito mais o que fazer, o tempo passou e construíram uma estação que está desativada em lugar que poucos se recordam onde fica. Entretanto, se impõe um estudo acurado com participação de urbanistas experientes para estudo de destinação e modernização dessa área que ai está encravada no coração do perímetro urbano de Três Lagoas.

As velhas casas, tornaram se casebres em condições inabitáveis, mas, muitas, continuam habitadas por conta da resistência e perspectivas de uma boa valorização comercial e possibilidade de venda. O fato é que essa área não pode ter destinação de caráter duvidoso ou aleatório, ou de maneira improvisada, deixando de se atender as exigências para uma urbanização moderna, que tornará Três Lagoas uma cidade mais agradável para se viver.

É imperativo, um estudo de relocação daqueles que ocupam imóveis da antiga ferrovia em caráter precário, garantindo-lhes moradia pelo sistema habitacional de casas populares, de modo que se assegura o bem estar de seus ocupantes e o melhor aproveitamento dessa área, como hoje, se aproveitou e bem coma implantação do Parque Linear da avenida Rosário Congro, a Feita Municipal, o futuro Centro Comercial Popular.