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Artistas de bebê reborn em Três Lagoas faturam até R$ 20 mil por mês

O tempo de produção pode levar até 60 dias

Os bebês reborn voltaram a ganhar destaque nacional nos últimos dias, tanto nas redes sociais quanto na mídia, por conta de polêmicas em torno de seu uso. Foto: Reprodução/TVC HD
Os bebês reborn voltaram a ganhar destaque nacional nos últimos dias, tanto nas redes sociais quanto na mídia, por conta de polêmicas em torno de seu uso. Foto: Reprodução/TVC HD

Os bebês reborn — bonecas hiperrealistas que se assemelham a recém-nascidos — voltaram a ganhar destaque nacional nos últimos dias, tanto nas redes sociais quanto na mídia, por conta de polêmicas em torno de seu uso. Em Três Lagoas, no entanto, a arte reborn tem movimentado o mercado e se consolidado como fonte de renda para artistas locais, com faturamentos que podem chegar a R$ 20 mil por mês.

A artista reborn Júlia Brandão Quintana é um dos nomes fortes do segmento. Após se tornar mãe em 2019, ela se encantou com o universo da maternidade e transformou a paixão em negócio.

“Comecei em 2020 e desde então é minha principal fonte de renda. Faço de três a quatro bebês por mês, com entregas para todo o Brasil”, contou.

Com mais de 20 mil seguidores nas redes sociais, ela e a família chegaram a viver uma temporada na Espanha para explorar o mercado europeu.

O valor dos bebês reborn varia de R$ 2 mil a R$ 4 mil, dependendo do tamanho e nível de detalhes. O tempo de produção pode levar até 60 dias. A artista comenta que, apesar do crescimento do setor, os últimos dias têm sido difíceis por conta da repercussão negativa de conteúdos fictícios nas redes.

“Criadoras de conteúdo infantil publicaram vídeos encenados, e isso foi mal interpretado. A partir daí, começou uma onda de distorções que prejudicou muitas de nós”, lamentou.

Outra artista da cidade, Glizielly Neiva Izidoro Costa Costa, também encontrou na arte reborn uma nova profissão. Ex-cabeleireira e costureira, ela começou após cair em um golpe ao tentar comprar um bebê reborn. Decidida a aprender a técnica, fez diversos cursos online e iniciou a produção durante a pandemia. Hoje, com ajuda do marido e do filho, chega a produzir mais de sete bonecas simultaneamente e fatura cerca de R$ 10 mil mensais.

Para Glizielly, o reborn vai além de um simples brinquedo.

“As pessoas estão fazendo tempestade em copo d’água. Todo mundo tem um hobby, uma mania. Cuidar de um bebê reborn é algo especial, e ver uma criança se emocionar ao receber um é mágico”, afirmou.

Apesar das recentes polêmicas envolvendo filas preferenciais e uso indevido das bonecas em ambientes públicos, as artistas de Três Lagoas reforçam que a arte reborn é voltada principalmente à personalização, ao colecionismo e ao uso terapêutico. Elas pedem respeito à profissão e ao público que consome esse tipo de produto.