
Mesmo com campanhas de conscientização e ações de prevenção, o bullying ainda é uma realidade preocupante nas escolas de Três Lagoas. Alunos relatam que a convivência escolar, que deveria ser marcada por aprendizado e acolhimento, muitas vezes se transforma em um ambiente de medo e constrangimento.
Ofensas, apelidos pejorativos e perseguições seguem causando impactos emocionais profundos.
“É um sentimento de inferioridade, de ser menosprezado”, desabafou um estudante que já sofreu agressões dentro da escola.
Segundo especialistas, o bullying pode desencadear queda no rendimento escolar, depressão, isolamento social e até evasão.
A Secretária Municipal de Educação mantém um serviço de escuta, no qual denúncias podem ser feitas por alunos, familiares ou responsáveis pelas unidades escolares.
“Quando o caso é mais grave, nosso serviço psicossocial vai até a escola, faz o levantamento e acompanha tanto a vítima quanto o agressor”, explicou a chefe de gabinete, Janaína Alessandra Alves e Silva
Equipes com psicólogos, assistentes sociais e profissionais da educação especial atuam diretamente nas ocorrências.
Somente na rede municipal, que atende cerca de 16.800 alunos, foram 32 denúncias formais de bullying neste ano. Entretanto, esse número pode ser maior, já que há registros feitos diretamente nas escolas.
A rede estadual soma mais de 10 mil estudantes e também monitora a convivência entre os alunos, com ações de combate ao bullying e ao cyberbullying — que passou a ser considerado crime no Brasil em 2024.
A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Elizeth Aparecida da Silva, reforça que o problema é coletivo:
“Precisamos trabalhar com toda a comunidade escolar para identificar sinais e ajudar nesse enfrentamento”.
Os sinais apresentados pelas vítimas normalmente chamam atenção:
- Isolamento
- Tristeza constante
- Choro frequente
- Recusa em frequentar a escola
- Queda no desempenho
“Quando percebemos esses sintomas, fazemos visitas domiciliares e buscamos entender o que está acontecendo”, destacou a presidente do conselho.
No mês de outubro, as escolas promoveram atividades do Dia de Combate ao Bullying, reforçando a importância do diálogo e da empatia no ambiente escolar.
Para quem já enfrentou o problema, superar é um desafio diário.
“Com terapia e força de vontade, a gente dá a volta por cima. Mostra que é mais forte que isso”, relatou um jovem que venceu o trauma.