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Casos de acidentes com escorpiões aumentam em Três Lagoas e população deve redobrar os cuidados

Neste ano, já foram registrados 446 casos de acidentes

Agosto e setembro são meses de reprodução dos escorpiões. Foto: Divulgação.
Agosto e setembro são meses de reprodução dos escorpiões. Foto: Divulgação.

Agosto marca o início do período de reprodução dos escorpiões, e com ele cresce também o risco de acidentes com esses animais peçonhentos em Três Lagoas. Neste ano, já foram registrados 446 casos de acidentes, conforme informou o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses, Christovam Bazan. Em todo o ano passado, foram 518 casos.

Segundo Bazan, o número é considerado alto e exige atenção constante da população, principalmente no cuidado com crianças menores de seis anos e idosos, que são os mais vulneráveis às consequências da picada.

Agosto e setembro são os meses em que os escorpiões ficam mais ativos. De acordo com o coordenador, é nesse período que eles apresentam maior quantidade de veneno e estão mais agressivos. “Por isso, é fundamental que os moradores mantenham os quintais limpos, removam entulhos e eliminem qualquer material que possa servir de abrigo para os escorpiões”, destacou.

O trabalho do CCZ é realizado a partir de denúncias feitas pela população. As equipes fazem visitas domiciliares ou repassam orientações por telefone. A ação inclui entrega de panfletos educativos e explicações sobre medidas preventivas. Em áreas com registros mais intensos, é feita uma busca ativa em conjunto com as equipes de Endemias e Entomologia para verificar a existência de focos de infestação.

Bazan explicou que os escorpiões estão espalhados por toda a cidade e não se concentram mais em bairros específicos. “Isso ocorre porque eles circulam pelas redes de esgoto, onde encontram seu principal alimento, que são as baratas. O controle químico não é totalmente eficaz, pois o veneno só elimina o escorpião se atingi-lo diretamente. A principal forma de prevenção é eliminar as baratas. Onde não há baratas, os escorpiões geralmente não aparecem”, esclareceu.

Outros cuidados também são recomendados, como manter os ralos devidamente telados, especialmente os externos e os do banheiro. Bazan destacou que muitos acidentes acontecem na hora do banho, quando a água quente estimula o escorpião a sair do ralo. Roupas de cama e calçados deixados no chão também exigem atenção, pois podem servir de esconderijo para o animal.

Nesta semana, duas crianças de 8 anos morreram após serem picadas por escorpiões em Mato Groso do Sul. De janeiro de 2024 a julho de 2025, foram registrados 8.528 acidentes com escorpiões no Estado. Em Três Lagoas, não houve registro de óbitos até o momento. “Mas a preocupação é constante. Crianças pequenas, idosos e pessoas com doenças preexistentes formam o grupo de maior risco”, destacou Bazan.

De acordo com o coordenador, o tipo mais perigoso é o escorpião-amarelo, conhecido como Tityus serrulatus, que possui alto grau de toxicidade. Já o escorpião popularmente chamado de vinagre, maior e de cor escura, embora doloroso, não representa risco grave à saúde.

Em caso de acidente, a orientação é procurar imediatamente atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou no Hospital Auxiliadora, onde há disponibilidade de soro antiescorpiônico. O uso do soro depende da avaliação médica e nem sempre é necessário, mas a vítima deve ficar em observação