
Nesta quinta-feira (30) é celebrado o Dia do ginecologista, data que reforça a importância dos cuidados com a saúde íntima e reprodutiva da mulher. Mesmo com avanços na informação e no acesso aos serviços de saúde, o tema ainda é cercado de tabus e constrangimentos, o que afasta muitas mulheres das consultas de rotina.
Um levantamento realizado em 2023 revelou que 68% das mulheres reconhecem a importância do ginecologista, mas 11% ainda sentem vergonha de ir às consultas. Outro dado mostra que 5,6 milhões de brasileiras não têm o hábito de visitar esse profissional regularmente.
Em Três Lagoas, a falta de tempo, a burocracia e a percepção de que “está tudo bem” estão entre os principais motivos que levam ao adiamento das consultas.
“É muita burocracia para marcar e, quando dá certo, tem o trabalho, os filhos… acaba ficando para depois”, contou a dona de casa Thais Rosseti.
A recomendação médica, porém, é clara: todas as mulheres devem visitar o ginecologista pelo menos uma vez por ano e, no caso das adolescentes, a partir da primeira menstruação.
A professora Maria Laura de Castro dos Santos descobriu um nódulo no seio após um acidente doméstico e, desde então, passou a realizar acompanhamentos regulares.
“Eu nunca gostei de ir ao médico. Sempre achava que dava para resolver com chá ou alimentação. Depois que descobri o câncer, percebi o quanto negligenciei minha própria saúde”, contou.
Para ela, o principal obstáculo é a rotina exaustiva das mulheres.
“A mulher sai cedo, trabalha, cuida dos filhos e, muitas vezes, ainda ajuda parentes. Fica difícil achar tempo para ela mesma”.
A médica ginecologista, Maria Auxiliadora Budib, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) – Regional Centro-Oeste –, destaca o papel central do ginecologista na promoção da saúde feminina.
“Ser ginecologista é estar ao lado da mulher em todas as fases da vida. Nosso desafio é garantir acesso democrático à prevenção e ao tratamento, reduzir a mortalidade materna e promover o rastreamento de doenças como o câncer de mama e de colo do útero”, ressaltou.
Ela reforça que o profissional também atua na saúde mental feminina, muitas vezes sendo o primeiro a identificar sinais de depressão ou ansiedade.