Veículos de Comunicação

Maio Laranja

Em Três Lagoas, 41 casos de abusos contra crianças e adolescentes são registrados

A delegada titular, Sayara Quinteiro Martins, destacou a importância de divulgar informações sobre o tema

Para intensificar o combate a esse tipo de violência, a DAM tem realizado palestras, distribuído panfletos com informações sobre o abuso e concedido entrevistas. Foto: Reprodução/TVC HD
Para intensificar o combate a esse tipo de violência, a DAM tem realizado palestras, distribuído panfletos com informações sobre o abuso e concedido entrevistas. Foto: Reprodução/TVC HD

O mês de Maio Laranja, dedicado à conscientização e combate ao abuso e à exploração sexual infantil, revela um cenário preocupante em Três Lagoas. A Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), responsável por investigar esses crimes, registrou 41 denúncias de casos envolvendo abuso sexual infantil nos primeiros cinco meses do ano.

A delegada titular, Sayara Quinteiro Martins, destacou a importância de divulgar informações sobre o tema, para que a população reconheça os sinais de uma vítima de abuso e procure a delegacia para denunciar.

“A maioria dos casos, especialmente os que acontecem em ambiente intrafamiliar, ocorrem na clandestinidade, longe dos olhos de terceiros, apenas o abusador e a vítima”, explicou a delegada.

Ela ressaltou a necessidade de os cuidadores estarem atentos a sinais como depressão, tristeza profunda, manifestação de vontade suicida, dificuldade de andar, sangramentos, isolamento e medo de ficar perto de alguém em específico.

A delegada mencionou um caso recente que chocou a cidade, envolvendo um bebê, onde a atenção da responsável aos sinais físicos foi crucial para a denúncia e prisão em flagrante do agressor.

“Isso é importante falar porque muitas vezes o agressor acha que vai ficar impune e, pelo contrário, a Polícia Civil, a DAM, tem trabalhado para prender esses abusadores”, afirmou.

Sayara Quinteiro Martins também enfatizou a gravidade do crime de estupro de vulnerável, que acarreta penas altas, e a atuação da polícia na prisão tanto em flagrante quanto preventiva, quando há necessidade de garantir a segurança da vítima.

Para intensificar o combate a esse tipo de violência, a DAM tem realizado palestras, distribuído panfletos com informações sobre o abuso e concedido entrevistas. A delegada fez um alerta importante: em casos de abuso recente, é fundamental que a criança ou vítima não tome banho, para preservar vestígios que auxiliem na perícia.

Outro ponto abordado é a valorização da palavra da criança e do adolescente. “Hoje nós valorizamos muito a palavra da criança. Assim como hoje a palavra da mulher tem força, a palavra da criança também tem”, afirmou a delegada, explicando que os órgãos de proteção são treinados para realizar a oitiva qualificada, em ambiente adequado e com escuta especializada ou depoimento especial.

A delegada finalizou reforçando que a delegacia está de portas abertas para atender as famílias e que cerca de 10% das ocorrências registradas na DAM envolvem violência sexual contra crianças e adolescentes.