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Saúde

Hospital Auxiliadora terá radioterapia com instalação de acelerador linear

Diretor do Hospital Auxiliadora explicou processo para a implantação do serviço completo de tratamento contra o câncer

A expectativa é que, com a instalação do novo equipamento, o hospital passe a oferecer também a radioterapia, completando a linha de cuidado para pacientes oncológicos. Foto: Reprodução/TVC HD.
A expectativa é que, com a instalação do novo equipamento, o hospital passe a oferecer também a radioterapia, completando a linha de cuidado para pacientes oncológicos. Foto: Reprodução/TVC HD.

A luta contra o câncer em Três Lagoas pode ganhar um importante reforço nos próximos meses. O Hospital Nossa Senhora Auxiliadora deu mais um passo decisivo para se tornar referência regional no tratamento oncológico, com o cadastro no Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon), para a instalação de um acelerador linear, equipamento essencial para o tratamento com radioterapia.

O projeto faz parte do plano de criação de um centro de alta complexidade em oncologia com 1.300 m², ampliando o atendimento já prestado pela unidade, que atualmente oferece tratamento de quimioterapia. A expectativa é que, com a instalação do novo equipamento, o hospital passe a oferecer também a radioterapia, completando a linha de cuidado para pacientes oncológicos.

Segundo o diretor-geral do hospital, Marco Antônio Calderon, a obra já tem recursos garantidos, são R$ 6 milhões viabilizados por emenda parlamentar do deputado federal Geraldo Resende, somados a R$ 2 milhões de contrapartida do Governo do Estado. Esses valores serão utilizados na construção do bunker, estrutura especializada que abrigará o acelerador linear.

O processo, no entanto, envolve uma série de etapas técnicas e autorizações. “Já fizemos as plantas, a Vigilância Sanitária solicitou pequenas alterações, que estamos entregando hoje. Depois disso, precisamos da autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para iniciar a obra”, explicou o diretor. Com a liberação, será feito o convênio com o Estado e a licitação da empresa responsável pela construção.

A estimativa é que a obra comece ainda este ano, entre 90 e 120 dias, e dure cerca de seis meses. O acelerador linear, de última geração e com tecnologia ainda inexistente em Mato Grosso do Sul, só poderá ser entregue após a construção do bunker atingir 50% de execução. O equipamento custa entre R$ 10 e R$ 12 milhões e deve ser adquirido com recursos federais. “Esse acelerador é autoblindável, o que permite a construção de uma estrutura mais moderna e eficiente, diferente dos modelos utilizados atualmente no Estado”, destacou Calderon

Com a implantação do serviço de radioterapia, Três Lagoas deixará de encaminhar pacientes para Campo Grande ou São Paulo. “Hoje atendemos cerca de 900 pacientes com quimioterapia, mas muitos precisam da rádio em fases posteriores do tratamento. Isso vai mudar. Três Lagoas vai se tornar um polo completo em oncologia”, afirmou o diretor.

O projeto também inclui a formação de uma equipe altamente especializada. O hospital contratou o físico médico Harley Oliveira, formado pelo Hospital Sírio-Libanês, responsável pelos cálculos e protocolos exigidos pela CNEN.

Harley ressalta que a construção do serviço é complexa e exige planejamento rigoroso. “Já temos os recursos e estamos avançando. O equipamento que vamos adquirir tem o mesmo padrão de grandes centros oncológicos do Brasil. Isso vai permitir que os pacientes realizem todo o tratamento em Três Lagoas, sem precisar sair da cidade. Nossa previsão é que, em até um ano e meio, a radioterapia esteja disponível no hospital”, destacou.