Veículos de Comunicação

Procedimento

Manobra de desengasgo é atualizada para aumentar eficiência no atendimento de emergências

Caso a criança não reaja ou perca a consciência, deve-se iniciar imediatamente a RCP

A coordenadora de enfermagem do Samu, Jéssica Baptista, destacou que o procedimento para adultos e crianças acima de um ano também foi atualizado. Foto: Reprodução/TVC HD.
A coordenadora de enfermagem do Samu, Jéssica Baptista, destacou que o procedimento para adultos e crianças acima de um ano também foi atualizado. Foto: Reprodução/TVC HD.

Saber agir corretamente em casos de engasgo pode salvar vidas. O procedimento de manobra de desengasgo, conhecido como manobra de Heimlich, passou por atualizações recentes e agora conta com novas orientações do Ministério da Saúde.

A coordenadora geral do Samu, Annies Stevanin, explicou que o novo protocolo tem como objetivo aumentar a eficácia das compressões e reduzir o risco de lesões durante o atendimento.

“Ao visualizar que a criança está engasgada, fazemos um ‘C’ para dar leve extensão na traqueia, apoiamos a criança de barriga para baixo e realizamos cinco tapas nas costas com a parte inferior da mão. Se não desengasgar, viramos a criança e fazemos cinco compressões torácicas com a mesma região da mão”, detalhou Annies.

Antes, as compressões eram feitas com dois dedos, mas as novas diretrizes recomendam o uso da palma da mão, o que garante maior pressão e eficiência.

Caso a criança não reaja ou perca a consciência, deve-se iniciar imediatamente a RCP (ressuscitação cardiopulmonar).

“Agora, a RCP é feita abraçando a criança e usando os dois polegares para realizar de 100 a 120 compressões por minuto, até que o objeto seja expelido ou a vítima recupere a consciência”, explicou.

A coordenadora de enfermagem do Samu, Jéssica Baptista, destacou que o procedimento para adultos e crianças acima de um ano também foi atualizado.

“Antes, a gente começava direto com as compressões abdominais. Agora, o protocolo orienta a aplicar cinco golpes firmes nas costas, entre as escápulas, e só depois realizar as compressões abdominais”, explicou.

Segundo Jéssica, as compressões devem ser feitas com força suficiente para criar pressão no abdômen e expelir o objeto que está obstruindo as vias aéreas.

“É preciso fazer com intensidade, senão a vítima não vai desengasgar. Essa pressão é o que força a saída do corpo estranho”, completou.

De acordo com os profissionais, o reconhecimento rápido é essencial. Há dois tipos de obstrução:

  • Parcial: a pessoa ainda consegue tossir e respirar parcialmente.
  • Total: a vítima não consegue respirar nem tossir, podendo apresentar lábios e rosto arroxeados (cianose).

“Se a pessoa está com dificuldade total de respirar e não consegue falar, é sinal de obstrução completa. Nessa hora, cada segundo conta”, alertou Jéssica.

O Samu de Três Lagoas orienta que a manobra pode ser realizada por qualquer pessoa — mesmo sem formação na área da saúde — desde que mantenha calma e atenção às orientações básicas:

  1. Avalie se a vítima realmente está engasgada (sem ar ou fala);
  2. Aplique cinco tapas nas costas;
  3. Se não resolver, realize cinco compressões abdominais;
  4. Em crianças pequenas, siga o protocolo de compressões torácicas;
  5. Se a vítima desmaiar, inicie imediatamente a RCP e chame o Samu (192).

“Essas manobras simples, quando feitas corretamente, salvam vidas. O importante é agir rápido e com segurança”, reforçou Annies Stevanin.