Crianças e idosos estão entre os grupos que mais apresentaram complicações causadas pela gripe, segundo o médico João Gabriel, coordenador do Pronto-Socorro do Hospital Auxiliadora. Ele destaca que o volume de atendimentos praticamente dobrou em abril, em comparação aos meses de março e fevereiro deste ano. Embora a maioria dos casos seja considerada leve, o cenário exige atenção.
“A grande maioria dos casos é leve, mas o aumento da demanda impacta diretamente no tempo de atendimento e na capacidade da rede de saúde”, alertou o médico.
No Pronto Atendimento SUS, localizado ao lado do hospital, são registrados de 15 a 20 casos diários com sintomas gripais. Com a chegada do outono e a queda nas temperaturas, a tendência é de aumento na circulação de vírus respiratórios.
De acordo com João Gabriel, os principais vírus em circulação neste período são o rinovírus e o vírus sincicial respiratório, predominantes em crianças, além da influenza, do adenovírus e da Covid-19, mais frequentes em adultos.
A recomendação é clara: pacientes com sintomas leves devem procurar atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), evitando sobrecarregar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e o pronto-socorro.
“A UBS é a porta de entrada ideal. Quando pacientes com quadros leves procuram o pronto-socorro, acabam comprometendo a estrutura que deveria estar voltada para os casos mais graves”, reforçou o médico.
Outro ponto de atenção é o uso indiscriminado de medicamentos antigripais. João Gabriel recomenda cautela com a automedicação e alerta para o risco dos ‘coquetéis’ vendidos em farmácias.
“Esses coquetéis são apenas combinações de medicamentos sintomáticos. O ideal é procurar avaliação médica, especialmente quando houver sinais de agravamento”, concluiu.