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Editorial

O inoperante aeroporto de Três Lagoas

Leia o Editorial do Jornal do Povo, da edição que circula nesse sábado (21)

Leia o Editorial do Jornal do Povo, da edição que circula nesse sábado (21). Foto: Arquivo.
Leia o Editorial do Jornal do Povo, da edição que circula nesse sábado (21). Foto: Arquivo.

Para o aeroporto de Três Lagoas se tornar apto a operar com finalidade comercial e receber companhias aéreas privadas, foi uma longa luta, que começou pela homologação da pista, que durante anos ficou interditada até ser asfaltada. Anos depois, foi construído o receptivo que atende exigências básicas para a operação comercial. Várias companhias aéreas já operaram no aeroporto Plínio Alarcon, transportando passageiros para São Paulo e Campinas, proporcionando conexões com outras cidades do país. Inquestionavelmente, o transporte aéreo é confortável, rápido e seguro.

Entretanto, várias vezes esse serviço em Três Lagoas foi interrompido por conveniência das companhias aéreas que atendiam o transporte de passageiros. O governo estadual, por seu turno, a título de incentivo, tem concedido isenção de ICMS sobre o combustível de aviação, no afã de garantir a operação dessas companhias em Três Lagoas e nas demais cidades do Estado, considerando a relevância desse meio de transporte. Mas é público e notório que as empresas aéreas não vivem seus melhores momentos, por conta de questões financeiras, como o pagamento de aluguel de aeronaves às empresas fabricantes.

Enfim, alegam elevados custos operacionais — sem contar que aeronaves, quando voam com baixa ocupação de assentos, operam com prejuízo. Como Três Lagoas é polo regional, certamente essas aeronaves voam, invariavelmente, com mais de 50% de ocupação. Entretanto, duas questões impactam o funcionamento do nosso aeroporto: A primeira é que tarda a ser ofertada proposta de privatização para sua operação, até porque não é crível que o município arque com o ônus de manutenção e funcionamento do próprio aeroporto, considerando as atribuições da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que atua em diversas frentes da aviação civil, e do organismo estadual vinculado à Semade e ao Imasul, os quais gerenciam o programa de desenvolvimento da aviação regional.

A segunda é que o aeroporto precisa ser dotado de equipamentos que possibilitem o monitoramento de voos por instrumentos, de modo que pilotos de aeronaves — pequenas, médias ou de maior porte —, ao decolar ou aterrissar, tenham asseguradas plenas condições de orientação e segurança para esses procedimentos. O fato é que estamos diante de mais um desafio para conseguir que a aviação comercial regular volte a atender os três-lagoenses e as pessoas da região, que hoje se deslocam para Araçatuba, Presidente Prudente ou até mesmo para Campo Grande, dependendo do destino e da conveniência.

Enfim, Três Lagoas, pela sua importância como polo industrial e pelo desenvolvimento socioeconômico que atravessa, não pode ficar sem os serviços da aviação comercial. A adoção de providências para resolver essas questões que impactam a atividade aérea comercial e o atendimento aos passageiros, tarda. Esse é um assunto que não pode ficar em nível de espera.