
Moradores de diversos bairros de Três Lagoas, incluindo regiões centrais, têm relatado um aumento significativo de pernilongos dentro de casas e comércios. O calor intenso das últimas semanas favoreceu a proliferação do inseto, que, embora não seja o mosquito Aedes aegypti, tem causado grande incômodo à população.
Segundo o coordenador do setor de endemias, Alcides Ferreira, o aumento dos insetos está diretamente ligado às altas temperaturas registradas na cidade.
“Houve um aumento muito expressivo desse mosquito comum de setembro para cá. Ele se desenvolve de uma vez só: enquanto o Aedes aegypti coloca ovos em vários locais, o pernilongo comum deposita todos em um único criadouro. Quando eclodem, saem todos juntos e acabam invadindo as casas”.
Embora não transmita doenças na região, o inseto incomoda pela picada dolorida e pelo zumbido, especialmente à noite.
Alcides explica que o aumento natural da temperatura acelera o ciclo de vida do mosquito, que se multiplica rapidamente nessa época do ano.
As reclamações se concentram no fim da tarde e à noite, períodos em que o inseto costuma ser mais ativo.
O coordenador listou medidas simples que ajudam a impedir a entrada e a reprodução dos pernilongos:
- Instalar telas em portas e janelas;
- Tampar ralos e fossas antigas no quintal;
- Usar repelentes e aerossóis;
- Fazer limpeza frequente no quintal;
- Utilizar raquetes elétricas.
Com a chegada das chuvas, a tendência é que a infestação diminua, já que os criadouros temporários são levados pela água.
“Pedimos um pouco de paciência. É um período característico. Com chuvas mais frequentes, a tendência é reduzir”.
A equipe de endemias segue realizando borrifação em bueiros e pontos onde há maior concentração de reclamações. No entanto, muitos moradores pedem a aplicação do fumacê, o que, segundo o coordenador, não é recomendado.
“O inseticida mata apenas os mosquitos adultos no momento da aplicação e não tem efeito residual. Em cerca de 40 minutos ele se dissipa. Cada morador precisa cuidar dos criadouros para evitar novas infestações”.
Além disso, o fumacê é recomendado apenas em situações de surto ou epidemia de dengue, o que não é o caso atualmente.
“Na semana passada, não tivemos nenhum caso notificado de dengue. Não podemos usar um produto tão forte sem necessidade, sob risco de criar resistência nos mosquitos e faltar produto quando realmente precisarmos”.