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Presidente da Comissão de Enfrentamento à Violência contra a Mulher da OAB fala sobre o Agosto Lilás

Somente em 2024, mais de 500 ocorrências de violência doméstica já foram registradas no município

O mês de agosto marca em todo o país a campanha Agosto Lilás, voltada ao enfrentamento à violência contra a mulher. Foto: Antônio Luiz/RCN 67.
O mês de agosto marca em todo o país a campanha Agosto Lilás, voltada ao enfrentamento à violência contra a mulher. Foto: Antônio Luiz/RCN 67.

O mês de agosto marca em todo o país a campanha Agosto Lilás, voltada ao enfrentamento à violência contra a mulher. Em Três Lagoas, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MS) intensificou ações de conscientização com foco na educação de jovens nas escolas, como forma de combater a violência desde a base.

A presidente da Comissão de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, Laura Aquiles Nunes, em entrevista ao programa RCN Notícias, da TVC HD canal 13.1, explicou que a atuação este ano está concentrada em sala de aula.

“Falamos de feminicídio, mas é preciso entender de onde ele vem. A violência nasce de um comportamento social que enxerga a mulher como posse. Se educarmos meninos e meninas, evitamos que eles se tornem agressores ou vítimas no futuro”, afirmou.

Segundo ela, as formas mais comuns de violência hoje em Três Lagoas são as psicológicas e as patrimoniais — muitas vezes invisibilizadas.

“O agressor, sabendo que pode ser preso pela violência física, passa a atacar de outras formas. Controla o dinheiro, esconde bens, evita pagar pensão. Tudo para manter a mulher dependente”, destacou.

Somente em 2024, mais de 500 ocorrências de violência doméstica já foram registradas no município.

A advogada ainda alerta para o aumento dos casos de feminicídio, mesmo diante de leis avançadas como a Maria da Penha.

“Hoje, o que mais mata é a autonomia feminina. Quando a mulher decide sair de um relacionamento abusivo, ela entra na zona de risco. Muitos homens ainda não aceitam perder o que acham que é sua propriedade”.

A OAB oferece atendimento jurídico voluntário, apoio em casos de violência, e também participa da rede de proteção ao lado da Delegacia da Mulher, CRAM e Casa da Mulher. Palestras podem ser solicitadas por empresas e instituições públicas.