
A presença constante de moradores em situação de rua, muitos deles usuários de álcool e outras drogas, tem gerado preocupação entre os moradores e comerciantes da região da praça do terminal rodoviário de Três Lagoas. O tema foi mais uma vez debatido pelos vereadores na sessão da Câmara Municipal na semana passada, com pedidos por mais fiscalização e providências do poder público.
Em resposta, a secretária municipal de Assistência Social, Vera Helena, esclareceu o que tem sido feito pela pasta e destacou que o problema vai além da atuação da secretaria. “Inclusive, eu fui pessoalmente ao local, conversei com um por um, fizemos um levantamento. Essa situação exige mais do que o olhar da assistência social. É uma questão também de saúde pública e segurança”, afirmou.
A praça do terminal é considerada um dos pontos mais críticos de concentração de pessoas em situação de rua na cidade. Para lidar com o problema, a prefeitura criou um comitê intersetorial envolvendo diferentes órgãos da administração municipal. “A dependência química é um fator determinante. Há casos de pessoas que têm família, moram em Três Lagoas, mas estão nas ruas para consumir drogas. A abordagem exige tratamento, internação, acompanhamento pelo CAPS e outras estruturas de saúde”, explicou a secretária.
Sobre a possibilidade de internação compulsória, Vera Helena disse que a medida está sendo analisada com cautela. Um dos casos mais citados, de um morador conhecido que circula na avenida Filinto Müller, já teve o pedido de internação negado anteriormente por falta de embasamento médico. “Nossa equipe já havia esgotado todas as tentativas de abordagem social e solicitou a internação. Mas o laudo do médico do CAPS indicou que ele não era caso de internação. Assim, o processo foi arquivado”, relatou.
Ela ressalta que, mesmo com o esforço diário das equipes sociais, há limites para o que pode ser feito. “Quem determina uma internação é a Justiça, com base em avaliação médica. A Secretaria de Assistência Social atua até onde a lei permite”, concluiu.