Há meses, por conta de cancelamento de voos da empresa de aviação Azul, a cidade está sem os serviços de transporte aéreo. A decisão tomada, certamente, atende os interesses da empresa como é público e notório, uma vez que não atravessa pelo seu melhor momento. Entretanto, opera em outras cidades de Mato Grosso do Sul e é incentivada pelo governo estadual com isenção de ICM-S incidente sobre combustível para suas aeronaves. Goza do bônus do incentivo e não considera a necessidade de uma cidade como a nossa em contar com esse serviço.
Dourados amargou durante anos com a falta de opção para o transporte aéreo, porque seu aeroporto passava por obras de infraestrutura, desde ampliação de pista de aterrisagem até reforma do receptivo para passageiros, que já entrou em fase de ampliação e melhoria. Durante esse longo período Dourados ressentiu por não oferecer à população os serviços da aviação civil. Nesta semana foram retomados os voos comerciais. Bonito, centro de atração turística do nosso Estado, atualmente, está sendo atendida por três empresas aéreas. Corumbá, também está atendida. Portanto, somente Três Lagoas, entre as principais cidade de Mato Grosso do Sul, que é cidade polo de desenvolvimento industrial está sem serviços de transporte aéreo.
A demanda criada pelas fabricas de celulose, sem contar as outras industrias aqui instaladas, e uma infinidade de empresas prestadoras de serviços, estão sem contar com esse transporte, além de um número representativo de pessoas que invariavelmente se vêm obrigadas a recorrer aos aeroportos mais próximos, como os de Araçatuba e Presidente Prudente. O ônus que recai sobre as finanças do município de Três Lagoas para manter um aeroporto estruturado como o nosso, certamente, não é baixo. E nem vale aqui elencar o rol de suas despesas para funcionamento e atendimento à pequenas e médias aeronaves que o utilizam diariamente. O fato é que passa da hora em se propor a sua privatização ou oferecer em comodato para uma administradora de aeroportos. Em Mato Grosso do Sul o grupo Aena, que é empresa subsidiária no Brasil da congênere espanhola, administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã. E no Brasil, em várias cidades, incluído o de Congonhas e de diversas capitais da região Nordeste.
É sabido que a Agência Nacional de Aviação, é o organismo federal que regulamenta e autoriza o funcionamento de aeroportos, portanto, fica a título de contribuição, a sugestão para que nossas autoridades municipais, juntamente com as do Estado, promovam com urgência gestões junto a Anac a fim de que seja oferecido o aeroporto de Três Lagoas, Plínio Alarcon, que é bem estruturado, para fins de comodato ou privatização, enfim, para a modalidade de administração que for possível. Entregue para a iniciativa privada o aeroporto da cidade, sem sombra de dúvida, não faltará empresa de aviação comercial de transporte aéreo para atender Três Lagoas e colocá-la na rede de interligação de aeroportos com as demais cidades do país. Tarda essa providência.