Três Lagoas, no leste de Mato Grosso do Sul, enfrenta um crescimento alarmante no número de acidentes de trânsito, com média de quatro ocorrências diárias. Mais preocupante ainda é a frequente fuga de motoristas do local dos acidentes, sem prestar socorro às vítimas — comportamento considerado crime pelo Código de Trânsito Brasileiro.
Atualmente, o município possui uma frota estimada em 103.670 veículos, segundo dados do Detran-MS, com crescimento médio de 6 mil novos veículos por ano. Entre 2022 e 2023, o aumento foi de 2,9%, com média de nove novos veículos por dia. Em 2024, o ritmo segue elevado, com cerca de seis veículos adicionados à frota diariamente.
Com o aumento da circulação, também cresce o número de colisões envolvendo carros, motos e caminhonetes. Muitas dessas ocorrências geram vítimas com ferimentos graves, o que sobrecarrega o sistema público de saúde com demandas por ambulâncias, atendimento emergencial, cirurgias e internações prolongadas.
Além dos danos físicos e materiais, preocupa a postura de alguns condutores que, ao provocar um acidente, deixam o local sem prestar assistência. A atitude criminosa tem sido registrada com frequência, especialmente em bairros residenciais.
Casos Recentes
Um exemplo ocorreu no bairro Santa Rita, no cruzamento das ruas Antônio de Barros Guerra e Bernardino Antônio Leite. Um motociclista ficou ferido após um carro Hyundai HB20 desrespeitar a sinalização de “PARE” e invadir a preferencial. O condutor do veículo desceu, verificou superficialmente o estado da vítima e, em seguida, abandonou o local sem aguardar as autoridades.
No mesmo dia, por volta das 17h30, outro acidente foi registrado na rua Egydio Thóme, no bairro Interlagos. Um motociclista que seguia pela via preferencial foi atingido lateralmente por um carro, sendo arremessado à calçada com uma fratura exposta na perna esquerda. O motorista causador do acidente fugiu sem prestar socorro. Populares acionaram o Corpo de Bombeiros, o Samu, além da Polícia Militar e da equipe de trânsito municipal, que prestaram o atendimento necessário.
Impunidade e Legislação
Casos como esses revelam um padrão preocupante de imprudência e omissão. Quando identificados, os responsáveis podem responder por:
- Omissão de socorro
- Lesão corporal culposa
- Fuga do local de acidente, conforme o artigo 305 do Código de Trânsito Brasileiro
A reincidência desses episódios reforça a urgência de ações mais rigorosas de fiscalização, campanhas de educação no trânsito e ações efetivas de punição, para coibir a impunidade e preservar vidas.