A Polícia Civil encerrou o ano de 2011 com aproximadamente 25% dos crimes de homicídio esclarecidos em Três Lagoas. Dos 29 casos registrados no ano passado, apenas sete foram solucionados. Os 17 restantes ainda estão sendo investigados pelos policiais civis da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), que segundo o delegado regional, Vítor José Fernandes Lopes, continuam sem pistas dos autores.
Um levantamento realizado pela equipe do Jornal do Povo apontou que, do total de vítimas de homicídios do ano passado, a maioria possuía idades entre 18 e 53 anos. Além disso, seis delas são mulheres.
Segundo Lopes, os procedimentos que ainda correm na delegacia são considerados difíceis de desvendar. Isso porque a polícia não tem conseguido juntar provas técnicas para identificar os acusados pelos assassinatos. “Claro que isso não significa que encerraremos as investigações. Mas, confesso que as chances de encontrarmos esses autores podem ser pequenas”, revelou.
GANGUES
O delegado explicou que os crimes não solucionados podem estar ligados a facções criminosas. Para ele, boa parte das vítimas possuía passagem pela polícia e a causa da morte está relacionada à vingança ou ao acerto de contas. “Esses fatores nos levam a pensar que as mortes podem ter sido causadas por rixas entre essas facções”, disse.
Lopes destacou que a dificuldade em desvendar os homicídios é estendida às testemunhas. Até o momento, ninguém quis se pronunciar sobre os crimes. “Dificilmente, uma testemunha terá coragem de ‘dar a cara a tapa’. Elas temem abrir a boca e pagarem com a própria vida”, explicou. “A polícia não consegue fazer milagre. Para concluir um inquérito, precisamos de provas”, completou.
DIG
Segundo o delegado responsável pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Ailton Pereira de Freitas, quando um caso não é solucionado, é enviado à delegacia próxima ao local onde aconteceu o crime. “De lá [delegacia], o inquérito é encaminhado ao Fórum”, disse. Destacou ainda que se surgirem pistas com o decorrer do tempo, o inquérito é reaberto.
Freitas reforçou que todos os homicídios que aconteceram no ano passado ainda são investigados e que não existe um período pré-determinado para que o inquérito seja encaminhado ao Fórum. “Depende das pistas. Se as temos, continuamos com as diligências, mas se não as temos, encaminhamos para frente”, disse.