O exame de sangue feito para descobrir através do DNA a região de origem da onça "fujona" de Campo Grande, como ficou conhecido o felino depois de fugir por duas vezes do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), já ficou pronto.
Segundo o coordenador do Cras, Elson Borges, a onça não veio do Pantanal, e sim da Bacia do Rio Paraná, região em que estão presentes os biomas do Cerrado e da Mata Atlântica. Ele diz que em razão do animal ter vindo desta região, muito provavelmente deverá ser solto nesta área.
Borges conta também, que o rádio-colar, que possibilitará o acompanhamento do deslocamento do animal, locais onde vive e caça, e até mesmo se foi ferido ou morto, já foi providenciado e já está em Campo Grande.
Agora, o Cras e o Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação dos Predadores Naturais (Cenap), estudam a melhor localização para a soltura do felino. De acordo com Borges, área e data da soltura serão definidas até a próxima semana.
As Fugas
A onça, do sexo feminino, hoje com um ano, foi encontrada quando tinha aproximadamente dois meses, sozinha, em uma pastagem, em Água Clara, cidade que fica a 180 quilômetros de Campo Grande. Foi encaminhada para o Cras e no dia 29 de outubro do ano passado fugiu pela primeira vez do centro.
Quase dois meses depois, no dia 28 de dezembro, foi recapturada e encaminhada novamente para o Cras, mas desta vez para uma jaula nova, feita especialmente para abrigá-la. Dois dias depois, o animal repetiu a proeza e fugiu de novo.
A segunda recaptura foi dia 12 de fevereiro deste ano, quando a onça caiu em uma das armadilhas espalhadas pela reserva que fica no entorno do Cras. Desta vez, o animal foi encaminhado para uma jaula que antes chegou a ser usada por um leão, e que teve toda sua estrutura metálica reforçada para evitar mais uma fuga.