A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou ontem uma mobilização nacional em prol da reestruturação da carreira intitulada “Dia Nacional dos PRFs”. Policiais foram até Brasília, no Distrito Federal, e realizaram uma manifestação em frente à Esplanada dos Ministérios. Outras ações deverão ser realizadas nos próximos dias e a possibilidade de uma greve não está descartada. Os sindicatos reuniram-se com a classe após a manifestação em Brasília para definir novas estratégias de mobilização.
As delegacias de todo o país funcionaram normalmente ontem, mas alguns policiais utilizaram uma faixa branca no braço como forma de protesto. Esse material foi disponibilizado pelos sindicatos dos policiais de cada região do país, entretanto, o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Mato Grosso do Sul (Sinprf/MS) não encaminhou as faixas a tempo para a delegacia de Três Lagoas. Mesmo assim, a mobilização foi aprovada pelos policiais do município.
CARÊNCIAS
De acordo com um policial rodoviário federal do município, que prefere não se identificar, a classe luta por melhores salários, e principalmente, por melhores condições de trabalho. “O mais importante não é o dinheiro, mas sim a reestruturação da polícia”, disse. Destacou ainda que o efetivo é bem menor do que a demanda.
Além do baixo número de policiais, faltam ainda equipamentos para que os trabalhos dos PRFs sejam desenvolvidos com mais eficácia. “Além de tudo, temos tido dificuldades em combater o tráfico de drogas e o contrabando, crimes que são comuns no município por conta das fronteiras”, pontuou o inspetor. A última vez em que Três Lagoas recebeu policiais foi em 2006, mas foi para repor os que haviam sido transferidos e aposentados. “Trabalhamos com o mesmo número de homens há 10 anos, mas a cidade já não é a mesma de 10 anos”, salientou.
O inspetor disse ainda que o aumento do fluxo de veículos, devido ao desenvolvimento expressivo do município, também vem prejudicando o trabalho dos policiais. “Precisamos urgentemente de melhores condições de trabalho para que consigamos atender melhor à população. Não queremos partir para uma greve, mas apenas sensibilizar o pessoal de Brasília para que reestruture a classe”, disse.
Há quatro anos, a PRF aderiu a uma greve nacional que durou cerca de 30 dias no município. As reivindicações eram as mesmas, mas, mesmo após tantos dias parados, nenhuma delas foi atendida pelo governo federal.