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Projeto dos parklets divide opiniões e deve voltar à pauta na Câmara de Três Lagoas

Iniciativa busca modernizar setor gastronômico, mas levanta debate sobre mobilidade, estacionamento e prioridades urbanas

O presidente da Abrasel Costa Leste, Brenner Salviano, tem liderado um movimento de articulação junto ao Legislativo para defender o projeto- Foto: Antônio Luiz/JPnews
O presidente da Abrasel Costa Leste, Brenner Salviano, tem liderado um movimento de articulação junto ao Legislativo para defender o projeto- Foto: Antônio Luiz/JPnews

A proposta da Prefeitura de Três Lagoas de autorizar a instalação de parklets — estruturas temporárias que ocupam vagas de estacionamento para ampliar o atendimento de bares e restaurantes — provocou debate na cidade e foi retirada de pauta na Câmara Municipal. O projeto de lei, enviado em regime de urgência, deverá voltar à votação na próxima terça-feira.

A proposta divide opiniões entre vereadores e a população. Enquanto alguns parlamentares, mais familiarizados com o conceito, se mostraram favoráveis, outros preferiram adiar a decisão para conhecer melhor os impactos e esclarecer dúvidas.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) Costa Leste, Brenner Salviano, tem liderado um movimento de articulação junto ao Legislativo para defender o projeto. Segundo ele, os parklets representam uma modernização importante para o setor, que ainda se recupera das perdas da pandemia. “É uma forma de ampliar a capacidade de atendimento sem exigir grandes investimentos dos empresários. Isso pode gerar mais empregos e melhorar a experiência dos clientes”, afirmou.

Brenner explica que os parklets são estruturas fixas, geralmente de madeira ou metal, instaladas sobre uma ou duas vagas de estacionamento em frente aos estabelecimentos. “Eles não são removíveis diariamente. Funcionam como uma extensão do restaurante, mas exigem autorização, segurança e sinalização adequada.”

O projeto, segundo a prefeitura, será regulamentado após a aprovação da lei, com critérios específicos para localização. Áreas com velocidade reduzida, fora de esquinas, longe de hidrantes, pontos de ônibus ou táxis e sem vagas em 45 graus são as mais indicadas. Regiões como o centro da cidade, onde predominam vagas inclinadas, estariam automaticamente descartadas.

Apesar da intenção de fomentar o turismo e a gastronomia local — como já ocorre em cidades como Campo Grande, Corumbá e Dourados — o projeto enfrenta resistência.

Para Brenner, no entanto, o momento é de pensar no futuro. “A aprovação da lei é só o primeiro passo. A regulamentação e a instalação levam anos. Em Campo Grande, levou quatro anos após a lei. Se não começarmos agora, continuaremos parados enquanto outras cidades avançam.”

Levantamento interno da Abrasel apontou que, até o momento, apenas três estabelecimentos demonstraram interesse imediato em adotar o parklet. A expectativa é de que, com a regulamentação clara, mais empresários avaliem a possibilidade.