Baseado no projeto “Adotar”, de Campo Grande, será lançado hoje (14), em Três Lagoas, o projeto “É Coisa do Coração”, iniciativa da Vara da Infância e da Juventude com o objetivo de dar suporte às pessoas interessadas pela adoção no Município. Conforme a psicóloga Denise de Fátima Amarau Teixeira Basmage, a solenidade está prevista para as 10 horas, no Tribunal do Júri, e contará com uma palestra realizada por profissionais do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS), de Campo Grande.
A palestra visa capacitar a equipe que atuará no projeto e alguns representantes de instituições ligadas ao tema. Ao todo, foram convidadas cinco profissionais do Fórum, três do Ministério Público Estadual, dois da Prefeitura e três da instituição Poço de Jacó. Além disto, a palestra também será acompanhada pela promotora Ana Cristina Carneiro Dias e pela juíza Rosângela Alves Fávero.
“Este é o primeiro passo para a implantação do projeto em Três Lagoas. Primeiro vamos capacitar a equipe do Fórum, como prevê a Legislação, para depois dar início aos encontros com os habilitados, ou em processo de habilitação, para a adoção”.
Cerca de 20 pessoas em processos adiantados de adoção foram convidados a participar.
Denise explicou que o projeto faz parte de uma iniciativa da comarca de Três Lagoas em relação às crianças abrigadas, uma das maiores preocupações da Justiça Estadual local. O primeiro passo foi dado com a implantação do Projeto Padrinho, destinado às pessoas que têm interesse em ajudar crianças e adolescentes em situação de abrigamento, porém, sem adotar. O projeto foi lançado no começo deste ano e já trouxe resultados positivos.
Agora, o próximo passo é desmistificar a questão da adoção. Nesta etapa, entra o “É Coisa do Coração”. O projeto visa dar suporte às pessoas dispostas a adotar uma criança.
O objetivo é fornecer orientação e desmistificar algumas questões junto aos habilitadores. Entre os principais tabus, ela cita questões como a preferência por sexo, idade e raça. “Atualmente, algumas pessoas na fase de habilitação ainda têm preferência por crianças menores. A adoção tardia, como chamamos os casos de crianças maiores, ainda tem procura muito baixa”, completou.
A proposta é realizar reuniões com os interessados. Porém, a periodicidade dependerá da demanda existente no Município. Conforme a psicóloga, num primeiro momento, as reuniões com os habilitados ou em fase de habilitação, devem acontecer a cada dois meses. Dependendo da demanda, o período pode ser reduzido. “Em Campo Grande, as reuniões acontecem a cada 30 dias, sempre na última sexta-feira do mês. Depois desta capacitação, vamos traçar o nosso calendário”.
A realização de encontros entre pessoas dispostas a adotar e pais que já adotaram também é estudada pelo projeto. “Esta proposta também pode ser realizada aqui, mas não de imediato. Primeiro temos de capacitar nossos profissionais”.
O projeto também visa realizar um levantamento detalhado sobre a situação da adoção em Três Lagoas, que servirá de base de dados estatísticos. O lançamento oficial do projeto é destinado apenas a convidados.