Quarenta postos de gasolina fechados e mais de 500 funcionários desempregados. Esta é a situação nas estradas do Mato Grosso do Sul, segundo o empresário e dono de posto de gasolina, Hélio Morales. Tudo por conta da diferença da tributação de impostos como o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).
Segundo o presidente da Associação Comercial de Três Lagoas, Joaquim Romero Barbosa, os proprietários de postos de combustível da região da divisa com o estado de São Paulo, fizeram uma proposta aos candidatos ao governo do Estado. “Eles querem que os postos da região tenham condições de concorrer com os do Estado de São Paulo. Uma comissão do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo (Sindipetro) conversou o governador (André Puccinelli – PMDB). O grande prejuízo acontece nas fronteiras com outros Estados”, disse Joaquim.
“É preciso equiparar a alíquota. Com isso, ganharíamos muito com isso”, destacou Hélio. Ainda segundo ele, o candidato Zeca do PT também está ciente do caso. E a posição dos candidatos é bem diferente.
“Houve uma reunião com o Zeca também. Ele se propôs a reduzir a alíquota assim que assumir o governo, caso seja eleito. Mas o André (Puccinelli) está irredutível em afirmar que não vai mudar. Espero que se ele vencer, acabe se sensibilizando”, completou Hélio.
A reportagem apurou que durante os oito anos do governo Zeca do PT nada foi feito para se equiparar alíquotas de combustíveis com o estado de São Paulo.
Outro dono de posto, Rubens Miranda Melo, não entende o motivo. “Já foi provado para o governador que a quantidade de galões, por exemplo, que vão para São Paulo é enorme. Em termos de impostos, se abaixasse a alíquota, os impostos que o governo federal recolheria, seriam grandes. O faturamento quase dobraria”, frisou.
Rubens, que tem um posto próximo a saída de Três Lagoas, se diz um dos mais prejudicados. “Eu sofro as conseqüências dessa situação. Sou um dos mais penalizados, tenho perdido muito nos últimos anos com a debandada de consumidores que vão para o Estado de São Paulo abastecer o carro”, contou.
Hoje, a alíquota do álcool é de 25% sobre a pauta estabelecida pelo governo do Estado e para a gasolina 17%. Informações colhidas no setor, consta que o lucro varia entre 20% e 30% sobre o preço da compra na gasolina nas distribuidoras de combustível. Identificou-se que os postos de combustíveis que compram de distribuidoras com atuação nacional, compram mais caro do que os postos que são de bandeira branca, ou seja, de distribuidoras de atuação regional.