O deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB-MS) admitiu, em entrevista à imprensa, que eventual aliança com o PT vai impor aos partidários da coligação convivência com dois palanques na corrida presidencial – do candidato tucano Aécio Neves e da presidente Dilma Roussef. Ele não vê problemas nessa situação, já vivenciada nas duas últimas eleições e considera superada qualquer diferença que poderia inviabilizar a união dos dois partidos.
Três Lagoas
Reinaldo admite dois palanques na corrida presidencial em MS
Deputado tucano torce por aliança com PT para concorrer vaga ao Senado
Reinaldo Azambuja adotou o mesmo discurso do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e aposta em uma campanha propositiva. “Vamos trabalhar em cima de propostas, mas as ideias têm que partir da população. Os candidatos precisam ouvir, saber o que a população de fato quer priorizar para então fazer o debate”, disse Azambuja.
Também nessa semana om senador Delcídio comentou a hipótese de dois palanques em razão da aproximação com os tucanos. Para Delcídio, as eleições deste ano têm que ser pautadas pelas propostas. Fora desse eixo, considera muito difícil obter apoio do eleitorado. “A partir do momento quer o PMDB tem seus pré-candidatos ao governo e ao Senado, iremos construir o nosso projeto que é de alinhamento com o PSDB”, afirmou Delcídio. “Isso tem sido discutido não só com o PSDB nacional, mas também com a cúpula do PT”.
Para Reinaldo e Delcídio a aproximação de seus partidos com o PMDB está praticamente descartada. Não há, segundo eles, espaço no partido, que já definiu as pré-candidaturas de Nelsinho Trad ao governo e Simone Tebet ao Senado. “Não há nenhum motivo para que façamos uma mudança de rota, então, continuamos trabalhando nesse projeto’, afirma Delcídio.
REARRUMAÇÃO
O novo quadro político em razão da desistência do governador André Puccinelli em concorrer vaga ao Senado acabou favorecendo a aproximação entre tucanos e petistas. Reinaldo e Delcídio dizem, por exemplo, que os dois partidos têm identificado pontos em comum em algumas ações e projetos.
A articulação para as alianças eleitorais ganhou novo rumo com a decisão de André Puccinelli (PMDB) não concorrer. As principais lideranças do PMDB acha que a equidistância prejudica o partido, muito embora a legenda já desse sinais de fissura por causa dos defensores da repetição no Estado da aliança PT-PMDB que se sustenta em nível nacional desde a eleição de Lula.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jerson Domingos, por exemplo, voltou a defender a coligação entre petistas e peemedebistas. “Não é apenas uma preferência política, tenho andado e conversado com os partidos e prefeitos do Estado, que após o André (Puccinelli) não ser candidato, preferem esta aliança entre PT e PMDB”, disse.
Jerson já declarou apoio a Delcídio e diz que muitas mudanças podem ocorrer até 30 de junho, prazo final para a realização das convenções. O presidente da Assembleia acredita que com a desistência de Puccinelli, muitos partidos que tinham compromisso com o governador irão “migrar” para campanha do senador Delcídio.