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Três Lagoas

Serviço de Oncologia ainda não foi credenciado

Atualmente, 300 pacientes fazem o tratamento contra o câncer no Auxiliadora

Médico cirurgião oncológico, Rodrigo Melão Martinho -
Médico cirurgião oncológico, Rodrigo Melão Martinho -

Na próxima segunda-feira, dia 4 de fevereiro, será comemorado o Dia Mundial de Luta Contra o Câncer. Em Três Lagoas, por mês, cerca de 300 pacientes fazem o tratamento contra a doença no serviço de Oncologia do Hospital Auxiliadora. Entretanto, o número de portadores de algum tipo de câncer deve ser bem maior, segundo informou o médico cirurgião oncológico, Rodrigo Melão Martinho.

De acordo com ele, o número de pacientes com câncer vem aumentando, em razão disso, neste ano, a equipe pretende desenvolver várias campanhas com o objetivo de fazer com que a população faça os exames preventivos. Martinho comentou que se descoberta a doença antes, o tratamento é menos complicado. “Apesar de esse número ser alto, não é real, pois é muito maior, principalmente em relação aos tipos de câncer mais comuns, como de colo de útero e de mana”, disse.


Segundo o cirurgião, é necessário um trabalho de rastreamento a fim de que as pessoas façam os exames preventivos, pois isso ajudaria no tratamento, que começaria precoce, se tornaria mais barato, e o paciente não ficaria tanto tempo internado. 


O Serviço de Oncologia do Auxiliadora foi implantado em 2008, entretanto, até hoje, não foi credenciado junto ao Ministério da Saúde, o que impossibilita no recebimento de recursos específicos do governo federal para aplicar nesse setor. De acordo com Rodrigo Melão Martinho, toda a documentação necessária para esse credenciamento já foi providenciada, no entanto, o Ministério da Saúde fez mais uma exigência: a de que o médico clínico que prescreve a quimioterapia esteja residindo na cidade. “Mais isso já está em vias de acontecer, já que ele atende no hospital, mas ainda não está residindo aqui. Acreditamos que até esse ano isso esteja solucionado”, comentou.


Segundo o médico, o credenciamento é de estrema importância, pois na prática representaria um aporte financeiro maior para o hospital, não apenas para o serviço de oncologia, mas também para outras especialidades, além do que, passaria a ser de alta complexidade. “Todos os procedimentos cirúrgicos que é feito hoje nesse setor é pago com recursos do hospital, através de repasse do Estado e da Prefeitura. A partir do momento que a Oncologia for credenciada, esses procedimentos seriam pagos com recursos específicos do governo federal”, explicou. 


Além do credenciamento, a Oncologia ainda não conta com o serviço de radioterapia. Para implantar esse serviço, o hospital depende de um aparelho que custa cerca de R$ 3,5 milhões, além de toda uma estrutura como a construção de uma casamata, ou seja, edificação com proteção  de emissão de radioatividade dotada de paredes com dois metros de espessura, preenchidas com cimento e chumbo.


Seguindo as estatísticas nacionais, em Três Lagoas, a maioria dos pacientes, no caso mulher, faz tratamento contra o câncer de mana e colo do útero, já os homens de próstata e testículo. “Mas temos pacientes que fazem também tratamento de câncer de pulmão, laringe, estômago e intestino, o qual tem aumentado muito. O único tratamento que não é feito aqui é o de responsabilidade do neurocirurgião , que é o neurológico, de cérebro e medula, o restante é feito aqui”, informou Rodrigo Melão Martinho.


De acordo com ele, o período de tratamento varia, já que depende do tipo do câncer e estagio. “Em alguns casos, só com cirurgia resolve, em outros, depende de quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Isso varia do tipo e estágio do câncer”, disse. Rodrigo explicou que, independente do tipo de câncer, o paciente precisa receber um acompanhamento pelo período de cinco anos.