Há uma semana, a Cargill iniciou testes em um equipamento que vai gerar energia limpa na fábrica de Três Lagoas. Porém, o ruído emitido pelo aparelho tem incomodado os moradores dos bairros próximos a essa empresa.
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Segundo a dona de casa Joana d’Arc de Oliveira Lima, 44, moradora da Vila Piloto V, o ruído emitido pela empresa se parece com o som produzido por um avião. “Não me incomoda, já me acostumei”, disse. Porém, ela contou que a primeira vez que ouviu o barulho ficou com medo, pois não sabia o que era. “Mas, depois que meu filho explicou que era um equipamento que estava em testes, fiquei tranquila”, explicou.
Outra moradora da Vila Piloto V que se assustou com o barulho foi a dona de casa Solange Maria Ortiz, 35. Segundo ela, parecia o som de uma explosão. “Achei que a barragem da Usina Hidrelétrica Jupiá tinha estourado e que água vinha alagando tudo”, contou. Ela também se tranquilizou ao saber que o ruído era causado pela Cargill.
Para acalmar ainda mais a população, a assessoria de imprensa da Cargill informou que os testes devem ser finalizados no final da próxima semana. Relatou também que para minimizar a interferência na comunidade, o processo será realizado três vezes por dia, em horário comercial. De acordo com a assessoria, a indústria está em contato com uma entidade, independente e externa, para realizar as medições no entorno da unidade e medir os decibéis emitidos.
Segundo a assessoria, a caldeira da unidade Cargill de Três Lagoas usa biomassa (fonte renovável) para a produção de vapor, que é utilizado nos processos industriais. Portanto, o equipamento que está sendo instalado em fase de teste aproveitará o vapor da caldeira para movimentar uma turbina, que produzirá cerca de 60% do consumo de energia elétrica da fábrica.
De acordo com a assessoria de imprensa, para que o aparelho funcione perfeitamente, é preciso passar por um processo de limpeza com vapor de água, o que gera um intenso ruído. “A empresa lamenta o inconveniente e reitera que está trabalhando para melhorar a eficiência de utilização de energia elétrica na região, de maneira sustentável”, informou.
A comerciante Solange Hora, 42, proprietária de um bar em frente ao empreendimento, informou que entende a posição da Cargill. Ela conta que entende a necessidade da empresa em testar seus equipamentos. Além disso, não é todo dia que tem barulho. “O som é suportável”, disse.
De acordo com informações do 2º Batalhão da Polícia Militar (2º BPM) de Três Lagoas, nenhum morador registrou boletim de ocorrência (BO) para reclamar do barulho emitido pela Cargill. Porém, segundo o órgão, caso algum cidadão se sinta prejudicado é só registrar um BO que as autoridades competentes tomarão as medidas cabíveis.
