Prestes a completar um ano da renúncia ao cargo de prefeita para ser candidata à vice-governadora ao lado de André Puccinelli, Simone Tebet afirma, ao recordar-se daquele momento, que estava errada quando pensava que não deveria deixar a Prefeitura de Três Lagoas. Em entrevista ao Jornal do Povo, Simone faz um balanço desse período de quase um ano como vice-governadora do Estado e comenta seu projeto político para o futuro.
Jornal do Povo – Qual é a avaliação que a senhora faz desse mandato como vice-governadora?
Simone Tebet – Hoje entendo que eu estava errada uma vez que acreditava que deveria ficar em Três Lagoas. Também acho que o governador André Puccinelli estava certo quando me convidou para me candidatar a vice, pois estou sendo mais útil lá [ em Campo Grande ]. Aqui, nós ficávamos apenas juntando dinheiro. Como vice-governadora, posso contribuir para a realização de grandes obras.
Acredito que eu seja a pessoa certa para estar lá. A avaliação é extremamente positiva, pois aprendi que temos que escutar muito e acatar os conselhos das pessoas com mais experiência.
JP- O que significa estar ao lado do governador?
Simone- Significa que Três Lagoas tem as portas abertas na Governadoria. Isso faz toda a diferença. Eu trato de assuntos pequenos e grandes sobre o município, com o governador. Isso faz toda a diferença para Três Lagoas.
JP- O que a senhora destaca como importante para o município neste período como vice-governadora?
Simone- As obras do contorno ferroviário e do aeroporto, que já eram compromissos do governador comigo, quando eu ainda era prefeita. Conseguimos agilizar as obras de drenagem e asfalto que estavam paralisadas no Parque e São Carlos. A faculdade de medicina será uma realidade em breve, assim como o futuro hospital público. Há muitas questões de bastidores. Existem empresas que estão sendo ampliadas e há outras que estamos conseguindo trazer para o município.
JP- Geralmente, o vice não tem tanto destaque, pois fica no ostracismo, mas a senhora tem sido diferente. Por quê?
Simone- Não sei. Acho que tem a ver com o governador que é um homem de palavra e assumiu compromissos que está cumprindo. Quanto eu disse que deixaria a Prefeitura para ser vice, disse a ele que queria apenas trabalhar, não queria cargo e nem dinheiro. Pedi que me deixasse trabalhar por Mato Grosso do Sul e cuidar de Três Lagoas. Além disso, acho que é o meu temperamento também. Não consigo ficar parada. Se isso acontecesse, seria melhor eu cuidar apenas de meus projetos pessoais.
JP- Qual é sua a avaliação da cidade, hoje, em comparação ao período em que a senhora era prefeita?
Simone- A Márcia tem dado continuidade ao nosso trabalho com muita galhardia e capacidade . As coisas continuam acontecendo na cidade em vários setores. O desenvolvimento de Três Lagoas não parou. As indústrias continuam chegando, gerando emprego e renda.
JP- A senhora está confiante na reeleição da Márcia Moura?
Simone – Estou confiante no processo eleitoral do ano que vem. Não adianta estar no lugar certo, na hora certa e não ser a pessoa certa. A Márcia está provando que é capaz, seja pela equipe dela, seja porque tem a vice-governadora e o governador ao seu lado e porque tem o governo federal que a auxilia. Por tudo isso, na minha concepção, a Márcia é a pessoa certa, para estar no lugar certo e na hora certa. Ela é a minha pré-candidata à prefeitura.
JP- E qual será o seu projeto futuro?
Simone- Nunca imaginei que seria prefeita de Três Lagoas. Na política, a única quase certeza que tinha é que me reelegeria em razão das pesquisas, fora isso, não tinha mais certeza de nada. Não tinha certeza que seria prefeita e nem vice-governadora. O meu sonho é ser Senadora, caso o governador não seja candidato. Ele [André] tem um compromisso comigo se eu estiver bem nas pesquisas. Agora, se ele for candidato ao Senado, eu seria governadora por um ano ou dez meses. Essa é a única certeza que tenho, o resto é especulação. É Deus que conduz nosso caminho, que é cheio de encruzilhadas e caminhos alternativos, os quais não estão sob nosso total controle.
JP- O governador comentou recentemente que a senhora pode ser suplente dele ao Senado. O que a senhora acha disso?
Simone – O governador joga lenha na fogueira e deixa queimar. A cada hora ele fala uma coisa sobre o que pensa no momento. Muitos fatos podem acontecer. E dependendo do que for, espero que seja melhor, não para mim, mas para Mato Grosso do Sul e Três Lagoas. Foi com esse objetivo que voltei para a Capital. A nossa preocupação agora é eleger nossos candidatos em 2012.
JP- O governador tem dado apoio político para a senhora desenvolver um bom trabalho em busca de uma candidatura futura ao Senado?
Simone – Sem dúvida, até porque ele sabe que não somos concorrentes. A preferência é dele, que tem a maioria esmagadora de votos. Nós somos parceiros. O governador é como se fosse um pai político, um irmão e a recíproca é verdadeira. Não existe nada que eu tenha pedido para ele que não tenha sido atendida.
Ele tem ajudado muito Três Lagoas. Isso mostra que o governador nos valoriza, pois reconhece o sacrifício pessoal que tive que fazer ao renunciar à Prefeitura. Tenho até cuidado em não constrangê-lo com alguns pedidos, porque sei que ele não vai negá-los. Nesse ponto, ele me dá todos os holofotes. Não tenho por hábito querer estar diante da opinião pública, até porque vice é vice. Muitas coisas que realizo ficam nos bastidores.
JP- Para finalizar, qual é a avaliação do mandato do Eduardo Rocha
Simone- O Eduardo é extremamente competente e trabalhador. Não conheço ninguém que trabalhe tanto quanto ele. Seja nos bastidores ou nas ruas. Entre aspas, digo que ele só teve uma má sorte: a sorte é de ter casado comigo. A má, se é que existe, é o fato de ser vice-governadora, o que às vezes pode ofuscar o trabalho dele. Por isso, digo que é má sorte, porque sou esposa dele e estou um “pouquinho” hierarquicamente acima dele [sic]. Mas a população pode aguardar muita coisa boa no mandato dele. Uma das provas disso é que Três Lagoas vai receber recursos de emenda de autoria do deputado Eduardo.