Os cerca de quatro mil trabalhadores das empresas terceirizadas na construção da fábrica de celulose da Eldorado Brasil, em greve desde o último dia 8 deste mês, voltaram a trabalhar ontem. Eles aceitaram um acordo provisório feito pelas empresas contratantes de mão de obra durante audiência no Tribunal da Justiça do Trabalho, em Campo Grande, realizado no sábado. De acordo com o advogado do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil Pesada, João Afonso Tetematti, as empresas propuseram um aumento salarial aos seus funcionários. Agora, os oficiais (pedreiros, marceneiros, entre outros) passam a receber salário de R$ 1.080,00; anteriormente o salário era de R$ 1.000,00. Os ajudantes tiveram um reajuste de R$ 20,00. O salário que era de R$ 780,00 passou para R$ 800,00. Ainda foi concedido a eles um vale- alimentação de R$ 60,00.
Segundo o advogado, ainda nesta semana deve acontecer uma assembleia, determinada pelo desembargador do Tribunal do Trabalho que preside o dissídio. Uma comissão de operários vai discutir as reivindicações que ainda não foram analisadas pelas terceirizadas, entre elas está a passagem área para os trabalhadores que moram a mais de 1.000 km de Três Lagoas. “As terceirizadas da Eldorado Brasil terão 30 dias para oferecer uma contraproposta aos trabalhadores”, explicou João Tetematti.
RELATÓRIO
Conforme o advogado João Tetematti, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil Pesada fez um relatório que será entregue em assembléia dos trabalhadores. Ele contém as reclamações as quais foram considerados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) “como um desrespeito à legislação trabalhista”. Entre as irregularidades, está a maneira como o agenciamento dos trabalhadores foi realizado, uma vez que as carteiras de trabalho só foram assinadas quando eles chegaram a Três Lagoas. Segundo Tetematti, as terceirizadas deveriam tê-las assinado no momento em que os trabalhadores saíram das suas cidades de origem já contratados para trabalharem em Três Lagoas. Outra irregularidade constatada é a de que “algumas empresas não entregavam o holerite aos operários”.