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Editorial

Transporte descente, merece o três-lagoense

Confira o editorial do Jornal do Povo deste sábado

Desde quando foi implantado o transporte público na cidade de Três Lagoas esse serviço nunca foi prestado satisfatoriamente. Com o passar dos tempos, tornou-se ineficiente, não cumpria horários de passagem nos pontos de ônibus. Um sofrimento até para os usuários da linha mais utilizada – a que demanda à Vila Piloto. Gradativamente, ao longo do tempo aqueles que queriam o serviço de transporte urbano, voltaram para suas bicicletas, as quais não são poucas em Três Lagoas, considerada a planície urbana. Os ônibus ficaram velhos e mal conservados, além de se apresentarem sujos, por dentro e por fora. O tempo foi passando e transporte coletivo na cidade não foi fiscalizado e nem punido pela administração pública, que tolerante e deixou a situação chegar a um ponto de relação insustentável com o concessionário, que na maior cara dura, por último pediu que a municipalidade arcasse com substancial importância que reputava ter deixado de ganhar por conta da sua ineficiência e da pandemia. Irremediavelmente, não restou outra decisão, senão a rescisão deste malsinado contrato, como aconteceu há pouco tempo. Certamente, pensavam os diretores proprietários da antiga empresa que explorava o transporte público na acepção da palavra, ganhar o que imaginavam. E, ao mesmo tempo, sugar o dinheiro do trabalhador assalariado com um transporte ineficiente, precário, demorado, sem tempo e nem hora para se chegar ao destino desejado, já que não se tem notícia que sobre a empresa algum dia tenha recaído uma penalidade por descumprimento de suas obrigações. A prefeitura há dias, abriu nova licitação, mas os interessados que apareceram – duas empresas, não apresentaram os documentos exigidos, e por isso, ambas, foram desclassificadas. Não se sabe se têm tradição no transporte público. Novo certame licitatório será aberto. Mas, não se sabe quais as condicionantes previstas em edital para que seja prestado esse serviço à população da cidade. Pergunta-se: será estabelecido contratualmente um cronograma de atendimento com horário determinado de passagem destes ônibus coletivos nos pontos de espera nos bairros da cidade? Terão estes ônibus o conforto que se deve observar aos usuários, inclusive, ar condicionado, considerando-se o calor infernal que
a todos incomoda? Até que horas do dia esse serviço será prestado para atender a população, incluído estudantes que moram em bairros distantes das suas escolas, assim como os trabalhadores no distrito industrial? Esse assunto é de interesse geral, tanto de usuários como de empresas. Portanto, deve e tem que ser conduzido com extrema clareza, pois qualquer empresa que for habilitada terá que saber que será longo o tempo para restabelecer a credibilidade, conquistar e atrair o usuário do transporte urbano, que tem que ser eficiente e assegurar conforto ao transportado.