Por mês, pouco mais de 100 profissionais deixam a informalidade para tornar-se Micro Empreendedor Individual (MEI) em Três Lagoas. A média é baseada nos dados fornecidos pelo Portal do Empreendedor, do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Indústria (Sebrae).
De acordo com ele, até 1º de outubro, o município contatava com 2.473 empreendedores individuais, sendo os 400 últimos deles cadastrados apenas nos últimos quatro meses.
De acordo com GutembergueIzidoro de Oliveira, consultor do programa 32 horas, o Sebrae promove, em Três Lagoas, duas consultorias coletivas por semana para aqueles que queiram ingressar no mercado ou deixar a informalidade.
Nesses encontros, realizados pela manhã as terças e quintas-feiras, chegam-se a registrar uma média de 30 participantes, dos quais 70% a 60% retornam para se formalizarem. “Pode até ser que eles não retornem no mesmo dia – à tarde é aberto para consultorias individuais para aqueles que querem dar início ao processo de formalização -, mas é grande o volume de pessoas que voltam”, destacou.
Em média, completou o consultor, são registradas de três a cinco formalizações de MEIs por dia em Três Lagoas, o que resulta em até 150 novos empreendedores individuais no mês, aproximadamente.
Entre eles, está o ex-motorista Paulo Cezar Pereira, 40 anos. Pereira conta que abandonou a antiga profissão para dar início à concretização de um sonho antigo, o de ter um salão de corte e cabelo masculino – o termo ‘Barbearia’, segundo ele, está em desuso. “Sempre gostei dessa profissão, e se engana quem pensa que ela também não é para homens. Antes cortava o cabelo dos meus vizinhos e até mesmo de colegas de profissão. Ao longo dos anos, fui percebendo que é uma área muito promissora”, destacou.
Pereira, entretanto, seguiu o caminho inverso da grande maioria. Antes mesmo de abrir as portas do seu salão, que está sendo montado no bairro São Carlos, ele procurou ajuda para tornar-se um empreendedor individual. “Quero evitar qualquer tipo de problema ou constrangimento e trabalhar com segurança”, destacou como principal motivo.
O salão, segundo ele, está quase pronto e já conta com um investimento de R$ 5 mil, entre reforma do prédio e aquisição de equipamentos. “É um sonho antigo. Quero ter um negócio meu e preparar o meu pé de meia para não depender de ninguém”, completou. Ele era um dos participantes da consultoria coletiva que aconteceu na semana passada. A expectativa é que a inauguração aconteça até dezembro.
Além de ter o próprio negócio, o consultor cita outros três fatores que mais atraem os profissionais para a formalidade: benefícios da previdência, facilidade de compra e venda, acesso a serviços bancários e possibilidade de emissão de notas fiscais.
Foi este último, por exemplo, que atraiu o jovem Danilo Santa Ferreira. Aos 23 anos, o instalador de ar-condicionado, que é de São Paulo, e está há um ano em Três Lagoas viu surgir a chance de prestar serviços para uma grande empresa, mas, para isto, ele precisava emitir notas fiscais. “Recebi uma proposta de uma grande empresa, mas preciso de CNPJ e nota fiscal. Foi por isso que resolvi procurar a formalização”, destacou.
Além disso, Ferreira espera que, como Micro Empreendedor Individual, ele consiga ser mais ‘bem visto’ no mercado, aumentando a credibilidade da sua empresa e, consequentemente, seus rendimentos.
BAIXAS
Entretanto, transformar-se em MEI é apenas um passo para quem deseja se firmar no mercado. Assim como acontece com as micro e pequenas empresas, o primeiro ano do MEI é considerado decisivo. Conforme o consultor Gutemberg de Oliveira, em Campo Grande, onde são cerca de 25 a 30 formalizações por dia, são registradas de duas a três baixas no mesmo período. “Não temos muito controle dos MEIs que deram certo porque a maioria não retorna não retorna para apresentar os resultados. Porém, em Três Lagoas, a média também é semelhante. Essa semana, por exemplo, foram registradas duas pessoas que fechar seu cadastro”, destacou.