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Três Lagoas

Três Lagoas possui um cão para cada cinco habitantes

Censo Canino do Centro de Controle de Zoonoses foi concluído nesta semana

Depois de declínio, população canina dobrou -
Depois de declínio, população canina dobrou -

A cada grupo de cinco habitantes, há um cachorro em Três Lagoas. A média é baseada no resultado do Censo Canino, elaborado pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município. O estudo, iniciado no dia 13 de maio desse ano, foi concluído nessa quarta-feira e o resultado surpreendeu.

Conforme o coordenador do CCZ, o veterinário Luiz Antônio Teixeira Empke, o censo contabilizou uma população canina de 19.923 animais, sendo desses 8.660 machos e 9.089 fêmeas. Além disso, também foi identificada a quantidade de gatos existentes na cidade, 5.947 ao todo (2.563 machos, 2.256 fêmeas e 1.155 não definidos pelos proprietários).


“Esse resultado nos surpreendeu. Desde 2005, quando assumi o CCZ, trabalhávamos apenas com a estimativa repassada pelo Ministério da Saúde, que era de 10 mil cães. Agora, com o censo descobrimos que temos praticamente o dobro. Isso mostra que o CCZ não promoveu matança de animais na cidade”, disparou.


Em 2002, Três Lagoas tinha uma população canina estimada em 20 mil animais. Três anos depois, com o surgimento da leishmaniose, esse índice reduziu pela metade. O novo crescimento, segundo Empke, também pode estar relacionado ao aumento populacional e conscientização sobre a doença.


O censo canino foi realizado por uma equipe composta por 14 profissionais, desses um motorista e um veterinário, que percorreu todos os bairros da cidade. O objetivo, como explicou o coordenador, foi, com os dados tabulados, melhor planejar as campanhas de prevenção de doenças e também de vacinação canina.  “Como usávamos a estimativa do Ministério da Saúde, recebíamos dez mil doses para as campanhas de vacinação antirrábicas. Agora, esse número terá de ser revisto já para a campanha de setembro. Além disso, também terá que ser revista a verba destinada para a realização da campanha”, destacou.


O CCZ ainda pretende, nos próximos dias, tabular a população canina e felina por bairro. Com isso, o coordenador espera poder desenvolver ações específicas para cada região.


CASTRAÇÃO
O censo canino, porém, despertou a preocupação do CCZ para outro problema: o da superpopulação. Os dados mostraram que, no caso dos cães, existem mais fêmeas do que machos. “Isso mostra que precisamos dar uma atenção especial à superpopulação. No caso dos cães, por ser as fêmeas, a maioria. Já no caso dos gatos, devido à rapidez com que se reproduzem. Três meses em média”.


A intenção do coordenador é de implantar, dentro do CCZ, uma unidade de pequenas cirurgias de castração. O projeto, de acordo com ele, já está pronto. No entanto, precisa de recursos e também da contratação de mais um veterinário para ser colocado em prática.

LEISHMANIOSE
O censo também serviu para a realização de exames de leishmaniose na população canina da cidade. Empke explicou que, durante as visitas, os agentes perguntavam aos proprietários se havia interesse em realizar o exame. Ao todo, 900 coletas de sangue foram agendadas. “Por conta do tempo que se leva, os exames eram realizados depois. Essa etapa ainda não foi concluída. Existem exames a serem feitos e resultados para chegar. Porém, por enquanto a média tem sido de 70% de casos positivos nos exames” , destacou.