Três Lagoas encerrou o ano de 2014 com o pior índice de geração de empregos formais dos últimos 11 anos. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego mensalmente, apontam que o município registrou, em 2014, um total de 26,5 mil contratações contra 34,1 mil demissões, o que resultou em um saldo negativo de 7.547 postos de trabalho fechados no decorrer do ano. O índice corresponde a uma média de 628,9 demissões ao mês.
A construção civil foi a responsável pela queda brusca no comportamento dos empregos formais. Se no ano anterior, ela havia feito com que o município encerrasse o ano com saldo positivo de mais de seis mil novos empregos – o que rendeu à Três Lagoas o posto de uma das cidades com maior índice de contratações em todo o país – neste ano, o setor, sozinho, fechou 7.443 vagas de emprego com carteira assinada.
O resultado da construção civil já era esperado em decorrência da paralisação das obras de construção da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras, cujo consórcio que, até então era responsável pela obra, deu início a um processo de demissões já no segundo semestre do ano passado com o desligamento de centenas de trabalhadores.
No entanto, este não foi o único segmento a fechar o ano no vermelho. A indústria da transformação, que também vinha colaborando com índices positivos, teve declínio em 2014 e fechou 409 postos de trabalho formais, assim como o setor de serviços cujo saldo entre contratações e demissões ficou negativo em 138 empregos.
Os únicos setores a encerrarem o ano passado com saldo positivo, ainda segundo os dados do Caged, foram os do comércio, com a criação de 293 vagas a mais no mercado, e a agropecuária, com 155 novos postos de trabalho, entre demissões e contratações.
DEZEMBRO
Mesmo assim, esses dois setores registraram queda nas contratações no mês de dezembro. Conforme as estatísticas do Caged, no mês passado, o município também fechou com saldo negativo de 1,4 mil empregos a menos. Na agropecuária, foram 71 postos de trabalho fechados, enquanto que no comércio, foram 60, entre contratações e demissões. No mês passado, nenhum setor teve saldo positivo de contratações. A indústria da transformação demitiu 233 trabalhadores a mais do que contratou e o setor de serviços registrou saldo negativo de 138 postos de trabalho fechados. Mais uma vez, a construção civil liderou o ranking, com o saldo negativo de 970 postos de trabalho fechados.
O resultado fez com que Três Lagoas ficasse na penúltima posição no ranking estadual do Caged, que avalia o comportamento do emprego formal entre os municípios com mais de 30 mil habitantes. A cidade ficou à frente apenas de Campo Grande, que encerrou o mês de dezembro com mais de 3,3 mil postos de trabalho fechados.
OCUPAÇÕES
O Caged mostra ainda que as cinco ocupações com maior índice de demissões são ligados ao setor de construção civil: carpinteiro de obras (900 postos de trabalho fechados), instalador de tubulações (695), servente de obras (652), pedreiro (652) e montador de andaimes (626).
Já entre as ocupações mais procuradas em Três Lagoas no ano passado estão: embalador (85 postos de trabalho a mais), operador polivalente de indústria têxtil (82), preparador de calçados (79), operador de caixa (70) e mecânico de manutenção de máquinas cortadoras de grama (65).
ESTADO
Os dados do Caged também mostraram que o ano passado foi o pior da série desde 2003 para todo o Mato Grosso do Sul. No ano passado, o Estado gerou somente 2,1 mil novos postos de trabalho, contra 21 mil novos empregos formais criados em 2013 – a queda foi de 88%. No Brasil, o número de empregos criados em todo ano passado, 396.993, representa uma queda de 64,4% em relação às vagas abertas em 2013 – que somaram 1,11 milhão.