Denúncias de sem-teto a respeito da forma truculenta como teria agido a Guarda Civil Metropolitana (GCM) na ação de desocupação de área pública na última segunda-feira no Jardim Los Angeles, que inclusive resultou em caso de aborto sofrido por uma das sem-teto, comprovam que a prefeitura não está tomando os devidos cuidados nesse tipo de procedimento.
Esse foi o tema sobre o qual discorreu nesta quinta-feira, 16 de junho, o jornalista Edir Viégas na coluna CBN em Pauta. De acordo com ele, caso o município não adote ações com níveis mínimos de cautela, esse tipo de problema só tende a piorar.
“Ontem, uma mulher perdeu o bebê por conta da truculência com que agiu a Guarda Municipal, que teria usado gás lacrimogêneo e spray de pimenta para obrigar os moradores a desocuparem os barracos, os quais foram em seguida destruídos por retroescavadeira”, destacou o jornalista.
“Houve excesso? Houve violência? Segundo os sem-teto, sim! E quem poderia não apenas conter esses abusos da Guarda Civil, mas também atestar ou não a versão dos sem-tetos? O Ministério Público Estadual e a Defensoria. Ou até alguma comissão de defesa dos direitos humanos, a OAB, por exemplo”, argumentou Viégas.
“É inadmissível que nenhum desses órgãos tenha sido convidado a acompanhar a desocupação. Aliás, é oportuno destacar que em nota enviada à CBN, a prefeitura informou ter sido agendada uma reunião com lideranças dessas famílias na sede da Agência Municipal de Habitação, com a presença de representante da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul”, pontuou Edir Viégas.
“Ora, se a Defensoria estava na reunião, que não teria ocorrido em função de os sem-teto não terem comparecido, por que essa mesma Defensoria não foi convidada a acompanhar a desocupação, que inclusive foi feita sem ordem judicial? Lembrando que em casos como esse, o mandado da Justiça não é imprescindível, pois se trata de ocupação recente”, reforçou.
“Em função da falta de profissionalismo por parte da prefeitura, a vida dos sem-teto despejados ficou mais amarga ainda. Sob frio de 8 oito graus perderam o único teto de que dispunham. Para Welica Vitória Perez, de 18 anos, grávida de 4 meses e que sofreu o aborto, a perda foi bem maior. A ela, nossas mais sinceras condolências”, finalizou o jornalista.
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