Em manifestações contra o aumento do preço dos combustíveis e em defesa da tabela com pisos mínimos de frete, caminhoneiros bloqueiam pontos de quatro rodovias sul-mato-grossenses nesta quinta-feira (9). Conforme a PRF (Polícia Rodoviária Federal), há ponto de concentração no Km 4 da BR-262, em Três Lagoas e, no Km 91 da BR-158, em Paranaíba. Neste local, o trânsito está bloqueado para caminhões e 100 manifestantes estão reunidos.
A paralisação ocorre, também, no Km 38 da BR-163, em Eldorado, onde a pista está totalmente interditada e, no Km 117, em Naviraí. Nesta parte da rodovia, há liberação do tráfego a cada 30 minutos.
Outros trechos com manifestações são o Km 614 da BR-163, em São Gabriel do Oeste, com bloqueio da pista e, o Km 290, em Douradina, onde há concentração da categoria.
De acordo com a polícia, a Justiça Federal concedeu liminar que prevê multa de R$10 mil por dia caso a BR-163 seja mantida interditada. A multa poderá ser aplicada ao CNPJ ou CPF dos organizadores. A PRF disse que já pediu liminar com o mesmo teor para os outros trechos interditados.
Desabastecimento
Em Três Lagoas, no leste do estado, o bloqueio dos caminhoneiros ocorre na divisa com São Paulo e provocou correria dos motoristas aos postos de combustíveis na noite desta quarta-feira (8). Em alguns postos da cidade sul-mato-grossense e do lado paulista da divisa, houve filas para abastecer. Motoristas temem a falta de combustível em decorrência da paralisação da categoria. Outro receio é novo aumento no preço dos combustíveis.
Em nota, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística disse que repudia as paralisações organizadas por caminhoneiros autônomos com bloqueio do tráfego em diversas rodovias do país, por influência de supostos líderes da categoria.
"Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos", argumenta.
A associação disse estar preocupada com o bloqueio que "poderá causar sérios transtornos à atividade de transporte realizada pelas empresas, com graves consequências para o abastecimento de estabelecimentos de produção e comércio, atingindo diretamente o consumidor final, de produtos de todas as naturezas, inclusive, os de primeira necessidade da população como alimentos, medicamentos, combustíveis".