Durante evento no Aeroporto Internacional de Campo Grande, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, voltou a comentar sobre a retomada da UFN3, Unidade de Fertilizantes Nitrogenados localizada em Três Lagoas.
Segundo ela, a licitação para conclusão da obra foi adiada para o fim de agosto devido à instabilidade geopolítica global, que afeta diretamente os preços do petróleo e do gás — insumos-chave para o funcionamento da planta.
“Eles pediram um prazo maior diante da instabilidade mundial, seja o fator Trump, em função dessas tarifas, seja agora em relação a essa lamentável guerra entre Israel e Irã, que impacta no preço do petróleo”, explicou a ministra.
Ainda de acordo com Simone, a assinatura do contrato pode ocorrer entre dezembro de 2025 e fevereiro de 2026, o que permitiria que as obras sejam retomadas até março do próximo ano. A ministra, porém, fez um alerta cauteloso:
“Licitação, vocês sabem como começa e nunca sabem como termina. O importante é que o governo federal reconheceu a importância de terminar a maior fábrica de fertilizantes nitrogenados da América Latina.”
Participação direta na articulação
“A ministra Simone foi fundamental nessa discussão com a Petrobras desde o início”, reforçou o governador Eduardo Riedel (PSDB) durante a mesma entrevista coletiva.
Segundo Riedel, o empreendimento poderá atender até 15% da demanda nacional de nitrogenados, criando um novo polo logístico e industrial em Mato Grosso do Sul:
“Isso gera também investimento em logística, investimento em todo um cluster operacional.”
Logística e competitividade
A fala reforça o alinhamento entre o Governo de Mato Grosso do Sul e o Governo Federal para garantir que a planta seja viável do ponto de vista econômico, e não apenas estratégico.
Com a fábrica paralisada desde 2015 e previsão de conclusão para 2028, o projeto de R$ 3,5 bilhões continua cercado de desafios, principalmente ligados à competitividade do gás brasileiro frente ao cenário internacional.