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GEOPOLÍTICA

Conflito no Oriente Médio adia licitação da UFN3, diz ministra

Segundo Simone Tebet, cenário de incerteza global trava definição sobre investimento bilionário da Petrobras em Três Lagoas

Após dez anos de paralisação, Petrobras anunciou que retomará as obras da Unidade de Fertilizantes, mas licitação só será em Agosto - Foto: Arquivo/JPNews
Após dez anos de paralisação, Petrobras anunciou que retomará as obras da Unidade de Fertilizantes, mas licitação só será em Agosto - Foto: Arquivo/JPNews

Durante evento no Aeroporto Internacional de Campo Grande, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, voltou a comentar sobre a retomada da UFN3, Unidade de Fertilizantes Nitrogenados localizada em Três Lagoas.

Segundo ela, a licitação para conclusão da obra foi adiada para o fim de agosto devido à instabilidade geopolítica global, que afeta diretamente os preços do petróleo e do gás — insumos-chave para o funcionamento da planta.

“Eles pediram um prazo maior diante da instabilidade mundial, seja o fator Trump, em função dessas tarifas, seja agora em relação a essa lamentável guerra entre Israel e Irã, que impacta no preço do petróleo”, explicou a ministra.

Ainda de acordo com Simone, a assinatura do contrato pode ocorrer entre dezembro de 2025 e fevereiro de 2026, o que permitiria que as obras sejam retomadas até março do próximo ano. A ministra, porém, fez um alerta cauteloso:

“Licitação, vocês sabem como começa e nunca sabem como termina. O importante é que o governo federal reconheceu a importância de terminar a maior fábrica de fertilizantes nitrogenados da América Latina.”

Participação direta na articulação

“A ministra Simone foi fundamental nessa discussão com a Petrobras desde o início”, reforçou o governador Eduardo Riedel (PSDB) durante a mesma entrevista coletiva.

Segundo Riedel, o empreendimento poderá atender até 15% da demanda nacional de nitrogenados, criando um novo polo logístico e industrial em Mato Grosso do Sul:

“Isso gera também investimento em logística, investimento em todo um cluster operacional.”

Logística e competitividade

A fala reforça o alinhamento entre o Governo de Mato Grosso do Sul e o Governo Federal para garantir que a planta seja viável do ponto de vista econômico, e não apenas estratégico.

Com a fábrica paralisada desde 2015 e previsão de conclusão para 2028, o projeto de R$ 3,5 bilhões continua cercado de desafios, principalmente ligados à competitividade do gás brasileiro frente ao cenário internacional.