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Consórcio Guaicurus cobra repasses da Prefeitura e fala em atraso de salários dos seus funcionários

Consórcio Guaicurus alerta CPI sobre risco à continuidade do transporte coletivo por falta de repasses da Prefeitura de Campo Grande.

Documento protocolado pelo Consórcio Guaicurus na CPI do Transporte alerta para risco de paralisação por falta de repasses da Prefeitura.
Documento protocolado pelo Consórcio Guaicurus na CPI do Transporte alerta para risco de paralisação por falta de repasses da Prefeitura. Foto: Adriano Hany

O Consórcio Guaicurus, responsável pela operação do transporte coletivo em Campo Grande, enviou ofício à CPI do Transporte Público nesta quarta-feira (30). Eles alertaram para o risco de paralisação dos serviços e atrasos salariais caso a Prefeitura não regularize os repasses de subsídio tarifário. Segundo a concessionária, a dívida já ultrapassa R$ 8,4 milhões. Isso está gerando desequilíbrio econômico-financeiro no contrato e inviabilizando a operação plena do sistema.

Endereçado ao presidente da CPI, vereador Dr. Lívio Leite (União Brasil), o documento aponta que o atraso nos pagamentos tem obrigado o consórcio a recorrer a empréstimos e gerar endividamento junto a fornecedores. O texto ressalta que, sem a regularização imediata, há risco de a folha salarial dos empregados não ser quitada até 6 de agosto. Isso comprometeria diretamente a continuidade do serviço essencial à mobilidade urbana da capital.

“A necessidade de regularização é urgente, pois a sustentabilidade financeira do contrato constitui dever contínuo e essencial à adequada prestação do serviço público”, afirma o consórcio em trecho do documento.

Crise no Transporte Coletivo de Campo Grande

O ofício também argumenta que a falta dos repasses não decorre de má gestão. Ao contrário, é uma omissão do Poder Concedente, ou seja, da administração municipal. Cita ainda decisões do Supremo Tribunal Federal para embasar a tese de que a inadimplência pode transferir responsabilidades trabalhistas à Prefeitura.

Além disso, o consórcio solicita que a CPI atue junto ao município para assegurar os repasses e evitar danos irreversíveis ao sistema de transporte coletivo. Eles mencionam inclusive riscos sociais e operacionais em caso de colapso.

O documento ainda menciona o papel da AGEREG (Agência Municipal de Regulação). Ela deveria fiscalizar e exigir a manutenção do equilíbrio financeiro do contrato. Contudo, segundo o consórcio, não teria tomado providências frente à situação.

Impacto da CPI e Demandas do Consórcio

A manifestação ocorre em meio à fase final dos trabalhos da CPI do Transporte Público. A CPI já apontou falhas na renovação da frota, ausência de seguro para passageiros — posteriormente regularizado após pressão da comissão — e inúmeras denúncias de má prestação do serviço.

“Estamos diante de um possível colapso no transporte por inadimplência do Poder Público. A CPI está atenta a tudo e não hesitará em responsabilizar todos os envolvidos, sejam públicos ou privados”, afirmou Dr. Lívio Leite, em nota enviada à imprensa.

O Consórcio finaliza o documento reafirmando seu compromisso com a prestação do serviço. Contudo, condiciona a continuidade plena das operações à adoção urgente de providências administrativas por parte da Prefeitura.