O mercado de milho no Brasil enfrenta um cenário de grande estoque e vendas atrasadas, com um volume de 59 milhões de toneladas do grão ainda nas mãos dos produtores, aguardando negociação. A maior parte deste estoque é proveniente da segunda safra, totalizando entre 48 e 49 milhões de toneladas. Além disso, há um volume significativo da safra de verão (primeira safra), estimado entre 9 e 10 milhões de toneladas, que também precisa ser comercializado.
Os cálculos que resultaram nesses números foram realizados com base em levantamentos cruzados de diversas consultorias de mercado, além dos números de exportação e comercialização divulgados semanalmente por empresas de análise de mercado.
Atraso Histórico nas Vendas
As vendas de milho estão notoriamente atrasadas. Esse atraso é superior a 50% quando comparado à média de negociação da segunda safra dos últimos cinco anos, que geralmente chega a 60%. Atualmente, o mercado doméstico brasileiro mostra o milho estabilizado.
O comportamento do mercado indica que os produtores estão “colocando pouco milho no mercado” e não estão dispostos a reduzir os preços. Enquanto isso, os compradores estão agindo de forma cautelosa, comprando apenas “da mão pra boca”.
Impacto do Plantio de Soja no Mercado de Milho
Uma preocupação histórica ressurge: em breve, o produtor estará focado integralmente no plantio da soja. Quando ocorre a semeadura da soja, as negociações de milho param, o que já causou perdas para os compradores no passado. O mercado deve se comportar de maneira volátil, pois, embora o produtor possa vender o milho durante o desenvolvimento da lavoura de soja, a pressão retornará a ele na colheita, quando precisará de espaço para armazenar o grão. Este cenário é claro nos estados produtores em geral e, de maneira bastante clara, em Mato Grosso do Sul.
Cotações e Estabilidade no Mato Grosso do Sul
As cotações de milho no Mato Grosso do Sul (referentes ao fechamento da última sexta-feira) indicaram estabilidade ou ligeiras altas:
- São Gabriel do Oeste: Alta de 0,11%, negociado a R$ 51,77 a saca de 60 kg.
- Chapadão do Sul: Alta de 0,34%, a R$ 47,70 a saca de 60 kg.
- Ponta Porã: Alta de 1%, a R$ 53,00 a saca.
- Maracaju: R$ 52,93 por saca de 60 kg.
